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maio 13 2015

13 DE MAIO – FRACASSAMOS MONSTRUOSAMENTE NA INTEGRAÇÃO DOS NEGROS A ESTA NOSSA SOCIEDADE DE MERDA

RENATO RIELLA

Ao comemorar, hoje, 13 de maio, 127 anos da Abolição da Escravatura, confesso o fracasso da minha geração na integração dos negros.

Diariamente, circulo por muitos lugares em Brasília e quase geralmente os negros ocupam funções subalternas, sem valorização.

Isso acontece em empresas, nos restaurantes populares, nas igrejas, nos shows, nas escolas e em muitos outros lugares.

O Distrito Federal tem negros, mas estes estão restritos às cidades periféricas ou absorvidos em funções serviçais, como ajudantes de garçons, limpeza, etc.

Esta é a regra geral, com exceções. Não temos negros na Câmara Legislativa, no GDF surgiu agora um secretário de Saúde negro, na imprensa são raridade, etc.

O quê fazer?

Mesmo no meu estado, a Bahia, o negro tem dificuldade para ocupar espaço na dita “sociedade”. Nos principais restaurantes, nas repartições públicas, nas escolas melhores, etc, a presença branca é avassaladora.

Lembro que estudei sete anos num Colégio Maristas e, em cerca de mil alunos, só havia um negro, filho adotivo de fazendeiro, que a gente chamava de Pelé (e ele era bem integrado, por ser muito esperto).

As cotas são uma solução precária. O mais importante é o processo de conscientização, que aos poucos começa a surgir. Mas os gays, por exemplo, conseguem se impor muito mais como grupo social,  antes desprezado, do que os negros.

Por que será?

Confesso minha incompetência para apontar caminhos. Na verdade, me sinto frustrado, pois os negros sempre tiveram grande presença na minha vida.

A pessoa que mais me protegeu, durante décadas, demonstrando imenso amor, foi uma negra chamada Maria da Hora dos Santos. Ela começou a trabalhar com meus pais um mês antes do meu nascimento e morreu com cerca de 80 anos, plenamente integrada dentro da minha família.

A Maria, minha mãe preta, foi na prática uma escrava da minha família, embora tratada com extremo carinho por todos nós.

Hoje, provavelmente, a relação de semi-escravatura está desaparecendo, mas a integração real do negro, com dignidade, ainda não ocorre.

Precisamos mudar isso. Mas como? Como? Como?

 

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