O espetáculo Vivendo de brisa, uma comédia musical estreou nos palcos em 2019, na capital federal. Agora a peça, acompanhada das 13 canções, chega ao livro, que será lançado na quinta-feira (5), a partir das 19h, na Livraria da Travessa do Casa Park, em Brasília.
De autoria do brasiliense Fernando Marques, professor da UnB, dramaturgo e compositor, que tem em suas obras uma pesquisa minuciosa sobre os musicais brasileiros, a peça é um mergulho na Era de Ouro do rádio.
Logo nas primeiras páginas o leitor é convidado a apontar seu celular para o QR code e se entregar ao ritmo de samba-canção, samba sincopado, fox, frevo, baião e valsa. Vivendo de brisa, comédia musical em dois atos, o oitavo livro do autor, é para ser lido e ouvido.
O texto, entremeado por canções que estão nas plataformas e no livro, conta a trajetória de um compositor negro, de origem humilde, que busca se lançar como artista profissional, fazer sucesso e ascender socialmente no Rio de Janeiro.
Inspirada livremente nas figuras do fluminense Wilson Baptista (1913-1968) e do mineiro Geraldo Pereira (1918-1955), a peça retrata a ascensão e a queda do compositor e malandro Geraldo de Matos. À época, para obter sucesso muitos compositores precisavam dividir a autoria de seus sambas com intérpretes famosos para conseguir tocar suas músicas nas rádios.
Os diálogos, carregados de gíria, entoações e expressões da época, deixam claro para o leitor qual era o contexto político, social e cultural vigente – a história se passa do final da década de 1930 até meados dos anos 40, em plena Era Vargas. No desenrolar, o que se vê é um personagem sempre na corda bamba, dividido entre dois amores, que encanta com seus belos sambas, mas que desperta a indignação com seu comportamento sorrateiro e antiético.
Vivendo de brisa: a história inventada do compositor Geraldo de Matos (Ed. Perspectiva) é uma obra que procura preencher a escassez de publicações voltadas à dramaturgia musical brasileira, em especial sobre esse período riquíssimo conhecido como a Era de Ouro do rádio,
quando este veículo se popularizou e tornou-se um meio de entretenimento no país inteiro.
Fonte: Âncora Comunicação – Carla Spegiorin