RENATO RIELLA
Já se discutia antes e agora mais ainda, no arraial rorizista, quem será o novo candidato a governador do DF.
Nas últimas horas, as opções apresentadas são o ex-deputado Jofran Frejat (hoje vice do Arruda na chapa impugnada) ou o senador Gim Argello (PTB), candidato ao Senado.
Interessante é a discussão sobre quem será vice nessa chapa. A opção apresentada é chocante – mas não vou revelar, para não complicar as coisas.
Nesse caso (vice), o objetivo é indicar alguém muito ligado ao impugnado Arruda, para tentar garantir parte dos seus trinta e tanto por cento de votos.
Quanto mais Arruda demorar para reconhecer que está impugnado, pior. Transferência de votos é coisa que não se dá automaticamente, em prazo curto.
Frejat ou Gim precisarão ter tempo (inclusive tempo na TV) para se apresentar como candidato a governador. Caso contrário, o maior herdeiro dos “votos” do Arruda será o candidato do PSB, Rodrigo Rollemberg, conforme demonstrado em algumas pesquisas.
Interessante seria poder ver, dentro do arraial rorizista, como repercutiu a nova gravação que compromete José Roberto Arruda, feita por Eri Varela, um advogado de absoluta confiança do ex-governador Joaquim Roriz.
Sinceramente, esta bomba lançada por Eri é surpresa total. Arruda deve estar cobrando do Roriz o que pode chamar de “traição”.
A permanência de Arruda na campanha, mesmo depois desse julgamento intenso no TSE, atrasa a discussão sobre quem poderá ser o melhor nome para governar o DF.
Se Arruda participar dos próximos debates, os demais candidatos estarão sendo prejudicados no direito de expor suas ideais, pois o foco será sempre essa estrela em fase de explosão solar.
Como disse o ministro Gilmar Mendes, no julgamento do Arruda no TSE, Brasília pratica uma “política rastaquera” e há muito tempo deveria ter sofrido intervenção federal.
Vale dizer que o DF está recebendo da União, este ano, mais de R$ 13 bilhões do Fundo Constitucional do DF, sem esforço nenhum, sem necessidade de apresentação de qualquer projeto. Com tanto dinheiro, a imagem que passamos para o Brasil é de uma capital caótica, onde vale tudo, tudo vale.
Lembro que, em 2010, neste BLOG, defendi ardentemente que o Supremo Tribunal Federal decretasse intervenção no DF, para que as coisas fossem bem apuradas e colocadas em ordem.
Veio o governo do Rogério Rosso, que deixou tudo em banho-maria, e depois Agnelo Queiroz, passando uma borracha nas situações assustadoras do passado recente.
E assim chegamos à eleição como sempre estivemos: com o Distrito Federal merecendo uma intervenção que nunca virá – a não ser se os quase dois milhões de eleitores votarem bem.