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fev 08 2015

A COALHADA QUE ESCORRIA DO BANDO DE LAMPIÃO…

RENATO RIELLA

Revolvi hoje memórias da minha mãe, Cecília. Lembrei de uma horripilante.

Muito pequeno, ouvi uma conversa dela com meu avô, Paulo Almeida, que nunca apaguei.

Ele manteve, há décadas, a principal pensão ao lado da Estação Ferroviária de Salvador.

Num dia qualquer, na minha pequena presença, meu avô perguntou a Cecília se ela lembrava dos soldados hóspedes que passaram pela pensão depois de matar Lampião e sua tropa.

Minha mãe, constrangida, disse que sim. E eu, quase neném, só anotando:

-Vi hoje copos de coalhada aqui na sua casa e me lembrei. Lembra, Cecília? Os soldados contavam que, da barriga dos cangaceiros, escorria coalhada, muita coalhada, que eles haviam comido antes dos tiros de fuzil – disse meu avô, em meio a um risinho nervoso, me chocando pra sempre.

A história é esta. Para vocês, pode ser um nada. Para mim, foi o primeiro detalhe de repórter policial. Inesquecível!

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