CORONEL JAIR TEDESCHI
Infelizmente chegamos a um patamar insustentável no quesito Segurança Pública no Distrito Federal. Lógico que não nos cabe o principal ou maior ônus pela situação reinante e a sua responsabilidade. No entanto, apenas nós – policiais e bombeiros- temos a capacidade de restabelecer a sensação de segurança.
O Governo do Distrito Federal deve fazer a sua parte, abrindo o diálogo, promovendo o atendimento às demandas possíveis e gerando ações que atendam às necessidades apresentadas, ou que apresente uma proposta factível.
De outro lado, atendendo ao clamor da sociedade e à determinação judicial, as categorias podem e devem restabelecer imediatamente a normalidade na prestação dos serviços.
Tenho buscado alertar as autoridades conhecidas do governo que o diálogo com os representantes das diversas associações PM/BM é a única porta viável.
As demandas apresentadas, até com veemência, por alguns, são reais e legítimas. O Governo não as pode desconsiderar.
Volto a falar: as “13 Promessas”, hoje, talvez não mais nos satisfaçam. Eram de 2010 e o cenário hoje é bem outro.
O ano atípico que viveremos, com Copa do Mundo e eleições, possivelmente não permitirá ao Legislativo Federal (Câmara e Senado) aprovar qualquer projeto de lei que seja encaminhado a nosso favor; Medida Provisória, talvez.
Pergunto aos companheiros: teremos fôlego para esperar?
Acreditaremos nas palavras empenhadas ou em documentos assinados?
A categoria vai ter que resolver – e com urgência.
O que não podemos mais é colocar em perigo a sociedade (sua segurança) como moeda de troca. Estamos sendo responsabilizados, e não só o Governo, pelas mazelas da área. Não consigo ver o policial se omitindo no combate ao crime, ou o bombeiro não cuidando da prevenção.
A desmotivação está nos levando à sucumbência. Se o mal for militarização, vamos trabalhar pelas PECs que aí estão e tratam de desmilitarização; se for ingresso e carreira única, também podemos trabalhar com esse objetivo; se forem as condições de trabalho (quarteis/viaturas/equipamentos – ruins ou em mau estado) vamos reformá-los ou substituí-los.
Finalmente, se é questão salarial, vamos ver até onde podemos ser atendidos pelo Governo, não só local, mas também o federal.
O que não podemos, em razão do clamor e das necessidades de segurança da sociedade, é radicalizar, assim como o Governo também não o deve fazê-lo, com consequências irreparáveis.
Não vamos ficar com a “pecha” de inconsequentes, irresponsáveis, maus profissionais, que não temos amor à farda ou à profissão e que só visamos o nosso bem-estar ou melhores condições de vida.
Oremos a Deus, companheiros, por nós, nossas famílias, pelas autoridades e principalmente pela sociedade; que a nós e a eles seja dado o dom da sabedoria para acharmos a melhor solução.
Vamos trabalhar. O Distrito Federal precisa de nós.
1 comentário
Wílon Wander Lopes
4 de fevereiro de 2014 em 11:15 (UTC -3) Link para este comentário
Ganhei o dia, Riella. Estava preocupado com o radicalismo anunciado, pelos dois lados, Líderes dos grevistas e GDF, para resolver o problema da insegurança pública no nosso Distrito Federal. Anunciavam apenas a radicalização. E a gente tremia com mais medo…
Que bom que venha, no seu blog, um soldado experimentado e respeitado, o Pioneiro Jair Tedeschi, Cidadão Honorário de Taguatinga, para manifestar sua posição lúcida e distante das paixões.
É um exemplo de cidadão: ao invés de estar curtindo o ócio com a dignidade que ele merece, vem a público para externar uma posição que indica o caminho para a solução. Agora, que surjam as tais pedras no caminho – para que as partes envolvidas saibam identificá-ls e superá-las – como a assustada cidadania do DF espera. Deus os ajude!