RENATO RIELLA
Fui caminhar no Parque da Cidade bem cedo. Há quase um mês não faço qualquer ginástica. Passei o Natal legal, mas estou fechando o ano com graves preocupações.
Andei três ou quatro quilômetros no Parque com péssimo humor, péssima forma física, doido para acabar o trajeto.
De repente, passou por mim um cara ainda mais velho (mais de 65 anos), andando firme numa bicicleta, com um óculos escuro mais bonito do que o meu básico, expressão feliz, quase vitorioso na face elevada.
Detalhe: segurava o guidom com a mão direita, mas não tinha o braço esquerdo. A camiseta aparecia murcha na manga, enquanto ele pedalava com firmeza.
Fiquei envergonhado. Respirei forte, estiquei os braços para trás com força, para sentir meu corpo, e corri os dois últimos quilômetros para fechar meu circuito.
Seja quem for, meu irmão, obrigado por me acordar. Feliz 2015 pra você!