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jun 12 2017

ACREDITE: JOÃO PAULO FICOU ESPERANDO POR MIM EM PLENO VATICANO

papaNum determinado dia, o Papa João Paulo II ficou inquieto, durante vinte minutos, me aguardando para uma audiência no Vaticano.

Dito assim, ninguém acredita, mas posso provar, com fotos. Foi em 1990.

Joaquim Roriz havia sido eleito pela primeira vez para governador do DF. Na campanha, lançou a proposta de implantar o Metrô em Brasília.

Antes de tomar posse, houve convite do governo italiano para visita relacionada com transporte de superfície. Nas semanas de preparativos da viagem, procuramos a Nunciatura Apostólica (a embaixada do Vaticano em Brasília) e protocolamos pedido de audiência da comitiva do DF ao Papa João Paulo II.

Explicamos que Roriz queria expor no Vaticano o projeto de assentamento de 150 mil famílias, com a remoção e extinção de 64 favelas existentes em Brasília.

Quando partimos, fomos a Turim, para estudo sobre o ótimo metrô de superfície dessa cidade italiana. Me informaram, ainda em Brasília, que a Nunciatura fazia estudo cuidadoso sobre a questão dos assentamentos. Os técnicos do Vaticano visitaram Samambaia e outras áreas.

AUDIÊNCIA MARCADA

Partimos para Roma, onde teríamos contatos com grupos empresariais. De surpresa, na capital italiana, fomos procurados no hotel por um representante do Papa, que nos deu a data para a audiência com João Paulo II. Oba!

Houve alvoroço. Roriz aproveitou para ampliar a comitiva, convidando pessoas da família e alguns outros, que viajaram por conta própria até Roma, às carreiras.

No dia marcado, chegamos ao prédio administrativo do Vaticano, de quatro andares, duas horas antes do encontro.
Éramos um grupo de dez pessoas.

Depois da identificação, fomos levados por um monsenhor meio velhinho, muito magro, até um enorme salão, no terceiro andar, onde esperamos por mais de uma hora.

De repente, o afobadinho chegou e começou a berrar em italiano algo como “vamos, vamos”. Assim, onze pessoas, algumas mais volumosas, foram enfiadas num elevador antigo, daqueles de porta com grade. Pensei: “Isso não vai dar certo!”

O elevador desceu até o segundo andar e, com excesso de peso, passou adiante. Ficou no meio do andar. Durante alguns minutos, o nosso apertadíssimo grupo apavorou-se, suando, as mulheres cheias de lágrimas. O monsenhor nervosinho pedia providências para os italianos que estavam do lado de fora. Corre-corre!

Conseguiram abrir a porta externa. Nós também conseguimos abrir a porta de grade, na raça. Ficou um vão livre de cerca de 80 centímetros, com grande movimentação no segundo andar.

De vez em quando, uma batina branca aparecia, andava de um lado para outro – e sumia. Vinte minutos depois, quando os mecânicos conseguiram subir o elevador até o segundo andar, vimos que a batina branca era a do próprio Papa. Ele ficou muito preocupado com o incidente.

João Paulo II foi extremamente carinhoso com as mulheres, especialmente Dona Weslian e Márcia Kubistchek, que estavam apavoradas, tremendo e chorando.

Graças a isso, tivemos uma audiência longa e fantástica, todos de pé, podendo falar com o Papa sobre o Brasil e sobre o futuro de Brasília. Acabou sendo um encontro bem humorado – em português.

CONHECIMENTO SOBRE OS ASSENTAMENTOS

O fantástico Papa demonstrou muito conhecimento sobre o programa de assentamento, pois tinha recebido os estudos feitos pela Nunciatura. Deu até sugestões, que Roriz certamente atendeu na volta ao Brasil.

O governador eleito explicou ao Papa que os lotes de assentamento eram passados sempre em nome de mulheres que tinham filhos, moravam há mais de cinco anos em Brasília e estavam instaladas precariamente em favelas. João Paulo gostou do que ouviu.

No dia seguinte, no hotel em Roma, fui procurado pelo fotógrafo oficial do Vaticano, que me vendeu por uma grana legal uma completa coleção de fotos da audiência. Paguei em dólares e foi barato, claro, diante da grandeza do momento documentado.

Assim, o cara de cabelo preto e rosto sorridente, andando em direção ao Papa, nesta foto do Face, é o baiano conhecido de vocês. João Paulo II me entregou um tercinho de recordação, que dei de presente para a minha santinha baiana, Tia Aurora.

Na foto, vocês vêem também meu amigo Osório Adriano e a mulher, Silvinha, que nos acompanharam.

Na verdade, João Paulo esperou vinte minutos por Roriz, mas eu estava junto e vi. Esperou por mim também, que sou filho de Deus.

Difícil de acreditar, não! Mas há muitas testemunhas…(RENATO RIELLA).

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