RENATO RIELLA
O governador Agnelo Queiroz é considerado um indivíduo de sorte, o que vem sendo confirmado ao longo dos anos em diversos momentos. E foi muita sorte para ele não ter o seu governo avaliado na pesquisa CNI-Ibope, quando onze estados foram focalizados. Coube ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o mais baixo índice de aprovação: 18%.
Não adianta chutar hoje qual seria o índice de aprovação popular do governo Agnelo, mas de qualquer forma foi providencial para ele ver que o Distrito Federal, não se sabe por que razão, ficou de fora da pesquisa nacional.
O que se viu na pesquisa CNI-Ibope foi um resultado frustrante para quase todos os políticos, consolidando-se resultados de outros institutos, os quais mostram que a avaliação positiva do governo Dilma caiu para cerca de 30%, quando em maio era bem superior a 60%.
Foi um baque, certamente gerado pelas manifestações de rua que desvendaram as deficiências nacionais.
PROBLEMAS BRASILEIROS SÃO
VELHOS CONHECIDOS NOSSOS
A pesquisa CNI-Ibope levantou os principais problemas brasileiros, com resultados cumulativos. Isso quer dizer que os percentuais somados ultrapassam os 100%, pois cada pessoa pôde citar mais de um problema.
Ficou claro que o maior problema brasileiro é a deficiência no atendimento de saúde, que agride 77% da população. O segundo é educação, com 39%, seguindo-se: segurança, 38%; drogas, 29%; e corrupção, 27%.
Transporte é um item que revolta apenas 9% do povo brasileiro. E por que essa questão fez eclodir a guerra de rua no Brasil? Na verdade, o povo soube que a presidente Dilma tinha dado isenção fiscal em São Paulo ao setor de transporte coletivo e não entendeu por que, mesmo assim, o prefeito Haddad (trapalhão) concedeu aumento de tarifas. Daí veio a luta contra os R$ 0,20, abrindo todo o processo nacional de reivindicações.
A rigor, não era preciso divulgar pesquisa nenhuma agora. Todos vemos que a confiança nos governos e nos políticos desmoronou.
Sem citar qualquer pesquisa, sabemos que o povo quer duas coisas:
-Primeiro, que quem estiver no poder tenha austeridade, sem usar dois ou três palácios, nem helicópteros, sem salários acima do topo, sem usar avião da FAB, etc.
Depois – e logo – que se ofereçam serviços decentes, principalmente nas áreas de saúde e transportes, zelando-se também pelas escolas e pelo transporte público.
Nada disso melhorou, porque os políticos e os governantes fingem não entender essa linguagem das ruas.
Vale registrar que 27% do povo brasileiro diz na pesquisa CNI-Ibope que a corrupção é um grande problema no nosso país. E 29% dos pesquisados estão assustados com o domínio das drogas no território nacional.
Todos nós sabemos disso, mas podemos agradecer à CNI por ter bancado uma pesquisa do Ibope que confirmou nosso entendimento.
Resta esperar que os homens do poder leiam as análises e levem o povo a sério.