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jan 09 2015

ÁLGUÉM PRECISA SALVAR SALVADOR

RENATO RIELLA

Estou em Salvador. Esta seria uma das maiores cidades de turismo do mundo, se tivesse foco nessa área. Mas não tem. Vejam dois exemplos.

 

COCO DE OURO

Fui caminhar na praia de Piatã, onde as barracas que atendiam os turistas e os baianos foram demolidas pelo Ministério Público.

No caminho, vi uma mulher suja, desgrenhada, sentada ao lado de duas caixas de isopor, vendendo coco. Perguntei o preço: R$ 5,00. Argumentei que em Brasília, no Parque da Cidade, na Ceasa e em outros pontos, compro a R$ 3,00.

Ela manteve o preço. Então comentei que assim a Bahia ia quebrar, que estavam espantando os turistas, etc. Fui saindo e ouvi a mulher falar, com uma risada bem sacana: “Traga um coco na mala”.

MESA ILUSÓRIA

Continuei caminhando e vi algumas cadeiras de plástico instaladas perto da água. Sentei em uma, rapidamente, para tirar o tênis. Chegou um menino de dez anos e ofereceu coco a R$ 4,00. Aceitei!

Enquanto bebia a água com canudo, ele voltou e disse: “Meu pai disse que para ficar na mesa custa R$ 10,00”. Levantei, com o coco na mão, olhei para o pai, que estava a 10 metros, e disse ao garoto: “Então mande ele trazer a mesa, porque aqui só tem mesmo duas cadeiras”.

Perplexo com esse argumento irrespondível, o menino correu até o pai, mas a essas alturas acabei de beber o coco e fui embora.

Salvador não está preparada para nada.

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