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fev 16 2017

AO REPÓRTER, NO SEU DIA: DÊ UMA SOLENE BANANA AOS “ÉTICOS”

repDizem que hoje é o Dia do Repórter.

Que merda, agora tem dia de tudo. Mas vamos lá!

Jornalismo é a arte de dar visão própria ao fato.

As definições “éticas” tentam esconder isso.

Quando você olha para o céu, vê o universo que a sua lente lhe permite identificar (milhares ou centenas de estrelas).

O cara do telescópio mais potente diz que são trilhões de estrelas. Quem está errado?

Cada um de nós, quando relata algo, está mostrando o que consegue ver.

Não existe jornalismo isento – nem com “caráter”, nem “ético”.

Os teóricos enganam a si mesmo quando escrevem bobagens, tentando criar regras morais para o jornalismo. São uns bobões, que nunca foram à Feira do Rolo da Ceilândia ou às zonas de meretrício de Salvador, à meia-noite.

Veja: você cobre um jogo de futebol. O colega do lado viu impedimento; você não viu. Quem é o “sem caráter”?

Você acha que algum dos dois foi subornado para mentir? Não. Cada um viu de uma forma – e pode ter havido mesmo uma influência da preferência clubística, mas isso é uma falha do olho humano, bastante compreensível e emocionante.

É claro que existe uma minoria de “jornalistas” comprados, mas não vale a pena discutir esses. São negociantes!

A quase totalidade dos repórteres escreve do jeito que sentiu a notícia. Os daltônicos vêem menos cores, infelizmente. Se não podem dirigir aviões, felizmente podem fazer reportagens.

A visão diferenciada esteve presente, agora, na crise dos policiais militares do Espírito Santo. Todas as versões publicadas estão certas, pois todos os atores da crise estão errados.

No Brasil, vivemos situação parecida. Falar de coxinhas e mortadelas é mera visão pessoal distorcida. Está tudo perdido! E coitado de quem se situar num desses podres lados. Mas como condená-los?

Ficou difícil ser repórter no Brasil, com tanto patrulhamento. Mas isso sempre houve.

Meu conselho ao jornalista novo: escreva do jeito que você viu. E dê uma banana para os fiscais da “ética”, gente sem estética nem sensibilidade – só preconceito..

No início da minha carreira, há 50 anos, os comunistas diziam que eu era de direita, por defender projetos da livre iniciativa.

E os velhos da direitona, na redação, me chamavam de “esquerdinha”, por causa de matérias duras, de cunho social, que sempre fiz.

Hoje vejo que fiz certo, ao dar sorridentes desprezos para os dois lados, que agora estão unidos para nos roubar.

Nessas cinco décadas, andei fortemente ameaçado de morte por esquerda-direita – mas sobrevivi muito bem, e até ganhei um Prêmio Esso Nacional de Jornalismo!!!!

“Ética” são conselhos que os caras mal intencionados tentam nos impor – mas eles nunca cumprem isso na sua vida pessoal.

Se a gente respeitar as leis, já está muito bom. Passa a ser um mundo quase real, quase ideal.

Na dúvida, medite ao rezar um Pai Nosso. Livrai-nos do mal, amém.

(RENATO RIELLA)

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