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dez 22 2012

ARRUDA CERCADO DE PROCESSOS

RENATO RIELLA

 

O ex-governador José Roberto Arruda blefa o tempo todo e até ameaça disputar (para ganhar) eleição em Brasília, mas a situação dele é gravíssima. Além do processo da Caixa de Pandora, no Superior Tribunal de Justiça, ele tem diversos outros bastante críticos e até já foi condenado em um: o do painel do Senado.

No STJ, fechou-se neste semestre o prazo para que os 38 investigados pela Polícia Federal e pela Procuradoria Geral da República apresentassem suas defesas prévias. A expectativa é que o Superior Tribunal, no primeiro semestre de 2013, aceite a denúncia contra os acusados, abrindo perspectiva para um julgamento semelhante ao do Mensalão do PT.

Dentro do Inquérito 650 (Caixa de Pandora), a denúncia da PRG contra Arruda e outros acusados lembra muito a condenação de José Dirceu, Genoíno e outros, destacando-se expressões como corrupção ativa e lavagem de dinheiro, repetidas muitas vezes. É impressionante a carga dessa denúncia, mais forte do que a do Mensalão, pois baseada em gravações e delações premiadas.

Abrindo-se Ação Penal Pública contra Arruda e seus comparsas, teremos repercussão no nível do Mensalão do PT, recheada de imagens que ficaram famosas no mundo (até na China). Voltarão ao noticiário personagens que já recomeçam a circular com aparente naturalidade na sociedade brasiliense.

 

ATÉ O PAINEL DO

SENADO COMPLICA

Muitos outros processos complicam a vida de José Roberto Arruda, tomando grande parte do seu tempo e levando-o a gastar verdadeiras fortunas com os melhores advogados.

O mais antigo processo é o relativo à violação do painel do Senado. Neste ele já foi condenado em primeira instância e breve poderá ser julgado por colegiado, na Justiça do DF. Quando isso ocorrer, estará inelegível, pelas regras da Lei da Ficha Limpa.

Arruda tem ainda o processo relativo aos gastos irregulares para a inauguração do Estádio Bezerrão, abrangendo o montante de R$ 8 milhões.

Outro processo cabeludo está na 5ª Vara Criminal e refere-se a negociações feitas com os filhos do deputado distrital Benedito Domingos.

Há um processo surpreendente, que é o da impressora apreendida pela Polícia Federal. Arruda não sabia que impressora de computador também tem memória. Relaxado, ele imprimiu num mesmo dia, em 2009, três recibos dirigidos a Durval Barbosa, relativos a falsas compras de panetone em 2006, 2007 e 2008. Isso representa falsidade ideológica, comprovada pela PF.

O recebimento de dinheiro pela deputada Jaqueline Roriz, filmado por Durval Barbosa, também resultou em processo contra Arruda, que participou dessa trama.

Assim, de tribunal em tribunal, ele tenta pensar politicamente, mas certamente não está com cabeça boa para se articular com partidos e candidatos.

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