RENATO RIELLA
Sob o título “Memórias do Cárcere”, leio nota publicada hoje no Correio indicando que o famigerado José Roberto Arruda pretende lançar um livro sobre os 60 dias que passou encarcerado, em 2010.
Espero que este título – Memórias do Cárcere – seja apenas uma ironia das jornalistas Ana Maria Campos e Helena Mader. Se for o nome real do livro feito pelo ex-governador, será mais uma provocação de grande porte que ele faz à sociedade.
Memórias do Cárcere é um dos clássicos da literatura brasileira. Reflete o pensamento de Graciliano Ramos, quando esteve preso ilegalmente por uma dessas ditaduras brasileiras.
Arruda foi preso por tentativa de suborno de uma testemunha da Caixa de Pandora, o jornalista Edson Sombra. Responde a processo na Justiça sobre essa ação ilegal e um dia pode ser preso de novo, quando houver condenação.
Quanto ao livro, Arruda apenas poderá produzir mais provas contra si mesmo e estará, mais uma vez, provocando a Justiça.
Gostaria que, no livro, Arruda esclarecesse as acusações constantes do processo de pedofilia contra Durval Barbosa.
Durval foi absolvido em todas as instâncias nesse caso. Diversas testemunhas indicam na investigação feita pela 10ª Delegacia que o famigerado Arruda teria arquitetado a trama monstruosa para atingir o seu principal acusador.
Realmente, o prejuízo que Durval sofreu foi absurdamente grande, ficando dois anos sem ver os filhos, até que fosse absolvido. É um assunto que ainda vai render muito e, quem sabe, pode aparecer nas tais memórias de um famigerado.
