PAULO TIMM
Custei muito a ter e assistir televisão. Lembro-me que, ainda nos anos 1970-73, quando morava no Chile, não tinha aparelho de televisão. Não sentia a menor falta. Fui conhecê-la de perto quando mudei para Brasília e me aprazia assistir aos jornais.
Quando a TV ficou colorida, me interessei um pouco mais. E vibrei quando vi a Manchete transmitindo as imagens do Sambódromo, em 1984. Mas sempre odiei o resto da programação. Preferia o rádio.
Aí, quando chegou a TV a cabo, mudei de idéia. Comecei a ver cada vez mais televisão. E hoje sou refém dela. A quantidade de canais de excelente qualidade justifica minha decisão e a recomenda.
Registro, aqui, um canal novo, vinculado à Bandeirantes: Canal Curta. Uma excelente programação de curtas e documentários jamais vistos e de excelente qualidade.
Outro, o Arte 1, é também um primor. Verdadeira maravilha que coloca a beleza, até há pouco privilégio das elites, à disposição de quase 30 milhões de famílias brasileiras.
Mas há também os programas de cultura e jornalismo, como o Canal Livre, da TV Cultura de São Paulo. Vi, na semana, um debate sobre a Síria, verdadeiramente inédito. Sem dirigismo editorial, como faz a Globo que só dá uma versão dos fatos: a dos donos da emissora.
Outra excelente entrevista foi com o campeão de vendas de livros, autor de “1808”, Laurentino Gomes.
Também da TV Cultura, recomendo Caravava dos Livros (quintas, 22h), e Café Filosófico (domingos, 22h). Outros canais poderiam ser indicados. Mas fica pra outra vez.