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ago 17 2015

ARTIGO: BRASIL LUTA CONTRA O TEMPO

ALFREDO PRADO (Do site Portugal Digital)

Dilma esteve reunida no início da noite de domingo no Palácio da Alvorada, em Brasíla, sua residência oficial, com quatro ministros da equipe governamental.

Os quatro são o ministro da Defesa, Jaques Wagner, Aloizio Mercadante, ministro da Casa Civil, Edinho Silva, da Comunicação Social, e José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça.

Os cinco, a presidente e os quatro ministros, têm em comum serem do PT, o Partido dos Trabalhadores.

Do que disseram ou decidiram pouco ou nada se sabe. Por enquanto, o silêncio parece ser a palavra de ordem presidencial.

Horas antes, muitos milhares de manifestantes participaram em protestos realizados em quase duas centenas de cidades, de norte a sul do país.

Em manifestações sem incidentes, os brasileiros que decidiram sair às ruas exigiram a saída de Dilma do Palácio do Planalto, o fim da corrupção e, pela primeira vez, o ex-presidente Lula foi abertamente responsabilizado pelos escândalos de corrupção e pela crise política e econômica que atinge o país.

Pela terceira vez no espaço de um ano, o governo Dilma é alvo de protestos em todo o país. A classe política, em geral, também não foi poupada nos cartazes, faixas e palavras de ordem gritadas pelos manifestantes, gente de todas as idades, raças e camadas sociais.

O silêncio da generalidade dos líderes políticos, dos partidos que ainda integram a base governamental, face às manifestações, mostra a difícil situação em que se encontra o Executivo, quase divorciado da nação, como indica a última pesquisa de opinião da Datafolha e as manifestações antigovernamentais;  distante também do Poder Legislativo, onde tem sofrido sucessivas derrotas; e a braços com as investigações do poder judiciário que já atingem figuras de destaque do PT e de partidos aliados.

Se  é difícil prever o impeachment (demissão) de Dilma Rousseff ou ainda a sua renúncia, no curto prazo, apesar do crescente isolamento político, é igualmente difícil acreditar que se possa manter à frente do país por mais três anos e meio, mesmo que o timão da Presidência possa vir a ser assumido, na prática, por outros.

Apesar da grandeza e dinâmica própria do gigante Brasil, o prolongamento da crise política teria certamente consequências  negativas para a já difícil conjuntura econômica, marcada pelo crescimento da inflação e do desemprego.

Setores significativos da sociedade começam a ver a permanência de Dilma e do PT – dadas as suspeitas de envolvimento de conhecidos políticos petistas em bilionários esquemas de corrupção – como obstáculos ao fim das crises.

A continuidade da instabilidade política e econômica poderão conduzir à revisão em baixa, pelas agências de notação financeira, do grau de investimento do Brasil. O que teria consequências desastrosas para o país. O Brasil luta contra o tempo.

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