«

»

mar 17 2016

ARTIGO: DECÊNCIA PRECISA-SE

HELDER CASTRO

Dilma e Lula estão a empurrar o país para a  ingovernabilidade e a tecer confrontos políticos cujas consequências são ainda imprevisíveis.

Ao abrigar Lula num governo que, na prática, já não lidera, dando-lhe o cargo de ministro-chefe da Casa Civil,  a presidente Dilma Rousseff está a afrontar não só os órgãos de Justiça, mas, ainda mais grave, o povo brasileiro, que tem vindo a mostrar em diversas ocasiões e de várias formas a necessidade da presidente deixar o Planalto.

Dilma tomou a decisão poucas horas depois de, no domingo, cerca de sete milhões de brasileiros terem descido às ruas para exigir o fim do seu governo e a prisão de Lula. O pedido de renúncia da presidente, feito inicialmente por alguns, é hoje uma reivindicação nacional. Uma vontade que ultrapassa os chefes partidários, governistas ou oposicionistas.

Dilma e Lula, que traíram há muito os ideais reformistas de justiça social e progresso com que se elegeram, optando por uma espiral de poder a todo o custo, sem princípios e sem rumo,  são os primeiros responsáveis pela situação dramática em que se encontra a economia brasileira.

Dilma e Lula usaram de manobras políticas eticamente reprováveis, e, ao que tudo indica, criminosas, para vencer eleições, de modo a manter a cúpula do seu partido e aliados no poder. Um poder feito de negociatas, como nos é dado a conhecer diariamente nos noticiários.

A teia de corrupção em empresas estatais, construtoras, políticos e partidos, que tem vindo a ser desmontada pela  Polícia Federal e Ministério Público Federal , é impressionante.

As denúncias feitas pelo senador petista Delcídio do Amaral, ex-líder do governo Dilma no Senado,  aos procuradores do Ministério Público, se comprovadas, são arrasadoras. Para Lula, para Dilma, para dezenas de políticos da base governamental e também de partidos da oposição.

Cada dia que se prolongar a presente crise mais difícil será criar e promover as políticas necessárias para tirar o Brasil da já longa recessão em que foi mergulhado.

Dilma e Lula, em vez de aceitarem corajosamente a responsabilidade pelo desastre econômico e político, optaram pelo caminho do desafio e do confronto com a sociedade, cuja repulsa ao duo ultrapassa preferências  ideológicas ou pertenças de classe.  É uma questão de decência.

Os brasileiros, na sua grande maioria – como o mostram não só as manifestações, mas também todas as pesquisas de opinião -, estão cansados dos esquemas de corrupção montados pelos barões da política nacional.

Esses donos de partidos e seus serventuários não hesitam em recorrer à ilegalidade e ao crime para se manter  anos e anos no poder, passando de pais para filhos, sobrinhos e afilhados os “currais” eleitorais que construíram com subornos e compra de votos , graças à ignorância e à despolitização de largas camadas da população, por falta de educação.

E para que a perpetuação dessas castas no poder  não fosse ameaçada, a educação não poderia ser uma prioridade. E não é. E não foi diferente nos governos de Lula ou de Dilma, a não ser na retórica populista e demagógica.

Cabe ao país  nas ruas e ao país que se senta nos palácios dos poderes, aos homens e mulheres que querem um país em que a decência impere,  tomar providências para evitar o prolongamento de uma crise pela qual o Brasil já paga um elevado preço, traduzido em milhões de desempregados, em milhares de empresas de portas fechadas  e na degradação do funcionamento da generalidade dos serviços.

Um país parado à espera que Dilma e Lula se retirem de cena, com a dignidade desejável. E possam um dia, sem constrangimento,  contar aos netos, olhos nos olhos, as suas histórias.  Com dignidade e sem mentiras. Assim deveria ser…

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode usar estas tags e atributos HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

*