CARLOS MARCHI
Além dos erros estratégicos, qual o grande problema da Educação no Brasil?
A resposta é: o desinteresse e a negligência dos professores.
Em geral mal formados, pedagogicamente deficientes, desinteressados em aperfeiçoamento, ausentes contumazes.
Na rede estadual de SP, a maior do país, todo dia 12 mil dos 189 mil professores faltam ao trabalho. Eles são cobertos por uma indústria de atestados médicos.
Em 2015, o índice de faltas chegou a representar 16% dos dias letivos.
No início da gestão de Fernando Haddad na prefeitura, o secretário de Educação César Caligari abriu uma guerra contra o absenteísmo. Foi desestimulado pelo PT.
Estudos apontam que, a cada duas ausências de um titular, os alunos perdem 0,14 ponto na prova do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo, o Saresp.
Em agosto de 2009 a rede pública do RJ concedeu 6 mil licenças. No primeiro semestre de 2009, a rede pública de Brasília contou mais de 340 mil faltas.
No RS, onde são abonadas até 10 faltas anuais sem justificativa, mais de 46 mil licenças foram tiradas entre janeiro e outubro de 2009 (num total de 79 mil professores).
Em SC, em 2016, as faltas registradas somaram 76.172. As licenças-premio contabilizaram 4.933.
Tudo isso é coberto por sindicatos ferozes que defendem o absenteísmo desenfreado.
E contam com o receio dos gestores públicos, que abonam as faltas repetidas por medo de confrontos.
Incontáveis e ferozes greves foram terminadas sem desconto dos dias parados. E os alunos que se danem.
Isso piorou nos governos petistas. Aliás, tudo piorou nos governos petistas. A falácia do FIES, que prometia “universidade para os pobres”, é uma delas.
O FIES – uma aventura populista eleitoreira – custou R$ 77 bilhões de subsídio do Tesouro.
Já pensou R$ 77 bilhões aplicados no ensino básico? Que mudanças provocaria?