Milhões de brasileiros precisaram gastar para adaptar suas tomadas e plugues com o modelo de três pinos, que o governo empurrou, há cerca de sete anos, de goela abaixo sob a alegação de estar proporcionando segurança às famílias.
O pino do meio só é justificável para as residências e empresas que dispõem de fio-terra, ou seja, aquela barra de cobre, de três metros, aterrada para evitar choques elétricos.
Só que mais de 65% das construções brasileiros não têm aterramento. Sabe-se, contudo, que a indústria faturou mais de 22 bilhões com essa geringonça, que deve ter favorecido intermediadores do negócio.
A propósito, como relatou a revista Época, o então presidente do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e tecnologia (Inmetro), Armando Mariante Carvalho Júnior, que assinou a portaria instituindo a obrigação dos três pinos, está sendo investigado pela Lava Jato por outras acusações.
Essa operação é tão sórdida que os novos aparelhos eletrodomésticos têm plugues de três pinos e obrigam o usuário a comprar adaptador que custa bem mais caro que a própria tomada.
Só o Brasil e a África do Sul adotam os três pinos.
E o estrangeiro que vem ao Brasil, por exemplo, precisa comprar um adaptador para alimentar seu celular e outros equipamentos.
Além de tudo, o Brasil proíbe o comércio brasileiro de importar equipamentos cujos fios não tenham plugues com três pinos.
O conto de fada dos três pinos merece, no mínimo, uma CPI.