SOCORRO SANTOS
O bom de ser desembargador não é o salário, o anuênio, o quinquênio, o auxílio-moradia, o auxílio-paletó, a capa preta de batman ou o tchauzinho para o teto constitucional.
Bom mesmo é poder chamar os outros juízes – ou mesmo desembargadores – de incompetentes, assim, na lata, como fez ontem a presidente Laurita, do STJ.
Pena que não dê mais tempo, eu seguiria os passos do meu pai, não precisaria de subterfúgios para escrever difícil ou esculhambar com garbo, mordacidade e fidalguia.
Com a máxima vênia, descascaria o coleguinha plantonista, (des)qualificando sua decisão como inusitada e teratológica (em vez de esquisita e anormal).
Em dois parágrafos, detonava a decisão tomada de inopino, lançava um raio da morte sobre a insustentável premissa e ainda sambava na esdrúxula situação processual e a superveniente e teratológica soltura.
Arremataria chamando na chincha o plantonista manifestamente incompetente – sem sequer lhe mencionar o nome!
Não dá mais tempo de virar desembargadora ou ministra do STJ ou do STF, infelizmente. Ou será que posso entrar pelo quinto constitucional mesmo sem ser advogada?
Se Toffoli e Favreto puderam, por que não? Pelo menos no palavrório “eu se garanto”, com o papai do lado, claro. ????