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mar 13 2018

ARTIGO: Racionamento e hora extra da Caesb

UMBERTO GOULARTE

Deixa ver se eu entendi.
Por falta de planejamento, que eu uso aqui, intencionalmente, como pleonasmo para incompetência, há dois anos faltou água para abastecer Brasília.

De lá para cá os cidadãos foram obrigados a ficar praticamente dois dias por semana sem água para contribuir com a manutenção de alguma segurança hídrica na cidade.

Boa parte desses cidadãos vem lavando roupa com água suja e bebendo essa mesma água que teima em sair com uma cor amarelada, das torneiras, nos dias seguintes ao corte.

Nesse mesmo período a imprensa local noticiou que a lucrativa Companhia de Águas local era um baita negócio e pagava salários milionários aos seus gestores. Que a média salarial de seus funcionários é a mais alta do país (mais de 11 mil reais), entre as companhias de abastecimento…

Nesse meio tempo este cidadão que vos fala melhorou o seu sistema de captação de água da chuva e reduziu a conta de água em pelo menos 50%. Condomínios maiores, com sistemas mais sofisticados, passaram a ajudar o governo a salvar seus cidadãos de um colapso hídrico sem precedentes e hoje gastam 1/3 do que gastavam.

E agora, depois de um verão atípico e de fortes chuvas, com os reservatórios em franca recuperação, o contribuinte é surpreendido por uma cínica entrevista do Presidente da referida Companhia, anunciando que vai esfaquear o cidadão, sem dó e nem piedade… vai aumentar o preço cobrado pelo “líquido precioso”, porque a arrecadação diminuiu, mas as despesas com funcionários aumentaram…

O indigesto Presidente teve a “cara de pau” de dizer que, em função do racionamento, foi preciso pagar horas extras aos abastados funcionários seus (os mais bem pagos do Brasil, segundo se apurou já faz um tempo).

E eu, indignado, devolvo: “Presidente… quem vai pagar a água que eu gastei a mais, quando tive que abrir todas as torneiras da casa para escoar a água barrenta que vocês me forneceram toda a vez que “normalizavam o abastecimento?

Quem vai pagar o conserto da máquina de lavar, que teve que ser revisada, porque não costuma lavar roupa com barro?

Quem vai pagar a limpeza da caixa d’água?

Eu sei que este protesto não adianta nada. Dentro de alguns dias eles vão “anunciar” o novo preço. No mês que vem já deve constar da fatura…

Nós merecemos. Nós elegemos os governos que nos colocaram nesta situação!

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