Enquanto não se decide o destino da presidente Dilma Rousseff e do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, o Brasil vai ladeira abaixo.
Agora, vemos que a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota do Brasil de BBB para BBB-, ainda dentro do grau de investimento, mas com perspectiva negativa.
Essa nota (BBB-) é a última do grau de investimento. Se o país for rebaixado mais uma vez, cai para a categoria de investimento de risco (a partir de BB+).
A decisão reflete a turbulência política, o crescimento do peso da dívida brasileira, o aumento dos desafios para consolidação fiscal e a piora do cenário econômico, de acordo com o relatório da agência.
A perspectiva negativa deve persistir enquanto a incerteza política continuar pesando sobre a confiança.
O rebaixamento atrasa a recuperação do investimento e do crescimento e aumenta os riscos para a consolidação de um Orçamento a médio prazo, necessário para a estabilização da dívida.
“O impacto da recessão maior que previsto sobre as receitas do governo, dificuldade na implantação de medidas e um pano de fundo político complicado minaram a estratégia de consolidação fiscal do governo”, analisa a agência.
A Fitch prevê que a economia do Brasil deverá se contrair 3% em 2015 e 1% no ano seguinte, projetando que em 2017 deverá haver um “crescimento modesto”.
A agência estima que o déficit do governo brasileiro se agrave e chegue perto de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) ainda em 2015.
No dia 9 de setembro, a agência Standard&Poor’s retirou o grau de investimento do Brasil, ao reduzir a nota de crédito do país de BBB- para BB+. A agência também colocou o país em perspectiva negativa, o que significa que há chance de nova revisão para baixo no futuro.
O grau de investimento é conferido a países considerados bons pagadores e seguros para investir. O Brasil está gradativamente perdendo esta condição, enquanto o impasse político interno se prolonga indefinidamente.