RENATO RIELLA
Nestes cinco primeiros meses do ano, o Brasil teve saldo negativo entre exportações e importações, na faixa dos US 4,63 bilhões, o que é muito preocupante. Especialistas culpam a Petrobras por esse resultado, mas há outros itens envolvidos.
É visível que compramos mais do que vendemos no exterior. Ainda assim, os principais analistas da economia, consultados pelo Banco Central, acham que o saldo ao final do ano será positivo, na faixa dos US$ 8,3 bilhões. Será que é otimismo excessivo?
O certo é que já está se notando alguma reação na balança comercial brasileira, que voltou a apresentar superávit na quarta semana de maio. Do dia 20 a 26, o saldo positivo foi US$ 461 milhões. Na semana anterior ficou deficitária em US$ 47 milhões, após dois resultados semanais positivos.
Este último superávit semanal é resultado de US$ 5,198 bilhões em exportações e US$ 4,737 bilhões em importações. No mês, o saldo acumulado segue positivo em US$ 1,518 bilhão. Os números foram divulgados hoje (27) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
As vendas de semimanufaturados, como açúcar bruto, celulose e óleo de soja, apresentaram crescimento de 50,4%. As vendas externas de produtos básicos apresentaram recuo de 11,5%, em função, principalmente, da soja em grão, minério de ferro, farelo de soja, carne bovina e fumo em folhas.
O comércio de manufaturados recuou 3,8%, em função de vendas menores de automóveis de passageiros, açúcar refinado, veículos de carga, óleos combustíveis e polímeros plásticos.
No resultado mensal, a média acumulada das exportações até a semana passada foi US$ 1,053 bilhão, queda de 0,2% com relação à registrada em maio do ano passado. O principal recuo foi na venda de semimanufaturados, com destaque para ferro fundido, óleo de soja e ouro.