RENATO RIELLA
O governador do Rio, Sérgio Cabral, deu uma palavra de ordem que pode ser copiada por muitos outros políticos no Brasil. “Não se discute eleição em ano ímpar”. Isto é: vamos trabalhar.
Ele mesmo vive perseguido pelo jovem senador Lindbergh, do PT, que se lançou precocemente candidato ao governo do Rio e ataca Sérgio Cabral, parceiro do seu partido na administração do estado (e da prefeitura do Rio).
Podemos transferir a proposta de Cabral para Brasília, onde o PMDB do vice Tadeu Filipelli domina as secretarias de Obras e de Transportes do GDF, e mais duas estatais fortíssimas: Novacap e Caesb.
Filippelli pilota ainda o projeto mais estratégico, que é a licitação de cinco novas empresas de ônibus. Espera-se que estejam rodando em 2014, na tentativa de se prestar um serviço decente à população do DF, apagando a chamada longa era da Viplan.
No entanto, se fala a todo momento que Tadeu Filippelli vai quebrar a aliança com o governador Agnelo Queiroz, do PT, não se sabe ainda com que objetivo. Mas dá para prever que, se sair, o objetivo será apenas um: disputar o governo.
Na linha esperta de Sérgio Cabral, ninguém pode imaginar que o divórcio entre PT e PMDB ocorra em ano ímpar. Na verdade, Filippelli foi eleito vice e não pode ser demitido. E pode segurar a sua estrutura dentro do governo por longo tempo. Teoricamente, pode permanecer assim até o início de julho de 2014, quando as chapas estarão sendo montadas.
Isso não impede que surjam boatos diários e que o distanciamento entre governador e vice vá se aprofundando dia a dia. Só nos resta observar, mas creio que a receita de Sérgio Cabral é útil por aqui também.