Tentando controlar o nosso pânico pela perspectiva de falta d’água no segundo semestre deste ano, o Governo do DF anuncia que as obras feitas em Bananal e no Lago Norte já terão resultados em setembro, quando a seca deve estar no auge.
Parece muito otimismo, mas a informação é oficial e busca tranqüilizar a população, pois não há esperança de chuva forte nessa época do ano.
Segundo a Caesb, as obras do Subsistema Bananal, no Parque Nacional de Brasília, estão 25% executadas.
O Bananal significa um reforço de 726 litros por segundo para o Sistema de Produção Santa Maria-Torto. O investimento é de R$ 20 milhões, provenientes do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste, do Banco do Brasil.
Cerca de 170 mil pessoas serão beneficiadas com as intervenções, que incluem captação no Ribeirão Bananal e bombeamento para a Estação de Tratamento de Água de Brasília. As obras de estrutura da elevatória, subestação e guarita estão em fase final de execução.
Junto com a captação no Lago Paranoá, serão mais de 1,4 mil litros por segundo de reforço à rede do DF.
“São as duas primeiras obras significativas de captação de água desde a Bacia do Pipiripau, há 16 anos. Isso mostra que a Caesb voltou a investir em grandes intervenções”, avalia o presidente da companhia, Maurício Luduvice.
As obras na parte goiana do Sistema Produtor Corumbá 4 foram retomadas. O fornecimento será de até 5,6 mil litros por segundo e vai ampliar em 70% a capacidade de abastecimento do DF, além de desafogar o Descoberto. O orçamento é de R$ 540 milhões, divididos de forma igualitária.
Compete ao estado de Goiás a captação hídrica e a construção de 12,7 quilômetros da adutora. Outros 15,3 quilômetros são de responsabilidade do DF, assim como a estação de tratamento de Valparaíso, de onde a água será bombeada para o DF e o Entorno.
A Caesb tem também um projeto, já licitado, para captar, armazenar, tratar e distribuir água do Lago Paranoá de forma definitiva. As obras estão orçadas em R$ 480 milhões — o governo de Brasília negocia financiamento com a Caixa Econômica Federal.
Pelos próximos 40 anos, serão atendidas 600 mil pessoas no Paranoá, no Lago Oeste, no Tororó, nos Condomínios Jardim ABC, Jardim Botânico e Alphaville e em Sobradinho.
No fim de março deste ano, a Caesb reativou a captação no Rio Alagado, no Gama. São 20 litros por segundo, que beneficiam cerca de 16 mil pessoas na região. Foram recuperados 4 quilômetros de trechos da adutora e instalada uma válvula redutora de pressão. A água captada passa por um tratamento simplificado e é encaminhada para a própria rede de distribuição.
Também no Gama, cerca de 15 mil moradores são abastecidos pelo córrego Crispim desde novembro de 2016. São captados 40 litros por segundo desde a reativação de três quilômetros de adutora e a construção de mais 180 metros de redes. A água é tratada e encaminhada para o reservatório do Gama.