O câncer é o principal motivo de morte de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos no Distrito Federal. De acordo com o Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB), de janeiro a outubro de 2024 foram registrados 180 casos: uma média de 18 óbitos por mês.
O Hospital da Criança de Brasília José Alencar é uma unidade referência para o tratamento do câncer infantojuvenil pelo SUS, por isso, atende pacientes de várias regiões do país.
Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), entre 2023 e 2025 7.930 novos casos de câncer infantojuvenil devem ser registrados no Brasil. Isso representa um risco estimado de 134,81casos por milhão de crianças e adolescentes.
O câncer infantojuvenil, de acordo com o Inca, corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Diferentemente do câncer do adulto, o câncer infantojuvenil geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação.
O presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica, Neviçolino Filho, afirma que os principais problemas da rede pública de saúde, que justificam o número de mortes por câncer entre crianças e adolescentes, são: o atraso e a falta de diagnóstico; a dificuldade de acesso aos tratamentos e a A falta de estrutura dos hospitais
“As etapas e o tratamento do câncer são transversais, é necessário que uma equipe multidisciplinar esteja por trás do processo. Afinal, a prevenção é a chave do processo, quando antes se descobre, menos procedimentos precisam ser realizados para sanar a doença”, diz o médico.
O câncer mais frequente no público infantojuvenil é a leucemia, causada por tumores que afetam tecidos e órgãos responsáveis pela produção e regulação das células sanguíneas no organismo. Veja abaixo os demais tipos, segundo o Hospital da Criança:
- Leucemias e linfomas: 43% dos casos
- Tumores cerebrais: 19% dos casos
- Neuroblastomas: 8% dos casos
- Sarcomas de partes moles: 7% dos casos
- Tumor de Wilms (rim): 6% dos casos
- Tumores ósseos: 5% dos casos
- Retinoblastoma: 3% dos casos
O tratamento do câncer infantojuvenil envolve várias abordagens, dependendo do tipo e do estágio da doença. Os principais de tratamento são:
- Quimioterapia: utiliza medicamentos para combater as células cancerígenas
- Radioterapia: utiliza radiação para destruir as células cancerígenas
- Cirurgia: remove o tumor e tecidos afetados
- Transplante de medula óssea: substitui a medula óssea danificada por células saudáveis
Os sintomas do câncer infantojuvenil são parecidos com os de doenças comuns entre crianças. Por isso, é importante que os pais estejam atentos e que levem os filhos ao pediatra com frequência.
Os sintomas se diferem de acordo com o tipo de câncer. Confira os sinais listados pelo Ministério da Saúde:
- Hematomas ou sangramento
- Dor óssea
- Caroços ou inchaços
- Febre constante
- Perda de peso inexplicada
- Tosse persistente
- Palidez
Fonte: g1 -Nathalia Sarmento