RENATO RIELLA
Construir um estádio que custará R$ 1,5 bilhão e contratar uma consultoria, a Jurong, em Cingapura (ou Singapura) são dois atos que vão atormentar o governador Agnelo Queiroz na campanha eleitoral do próximo ano.
Mas ele tem poder para fazer isso, respondendo pelas suas ações em diversas instâncias, inclusive na instância eleitoral. Quanto a nós – imprensa, população e políticos – temos de acompanhar tudo com cuidado, torcendo para que dê certo, pois caso contrário os prejuízos para o Distrito Federal serão grandes.
Na sexta-feira passada, Agnelo Queiroz recebeu em Brasília uma comitiva de Cingapura, que apresentou o primeiro relatório elaborado pela consultoria Jurong. O contrato assinado entre o governo local e o país asiático vai desenvolver um plano conceitual de desenvolvimento econômico que pretende moldar o crescimento da cidade pelos próximos 50 anos.
Durante o encontro, o governador fez declaração que pode despertar cobranças na campanha eleitoral, ao dizer: “Eu acredito que os frutos dessa parceria serão exitosos e conseguiremos atingir nossa meta de sermos uma das cinco capitais do mundo em competitividade global”.
O GDF explicou que, ao longo da semana, a Assessoria Internacional do governo acompanhou reuniões da comitiva da Jurong com órgãos locais – como a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) e a Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) –, representantes de órgãos do governo federal – como os ministérios da Fazenda e Transportes – e instituições como Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Desenvolvimento (ApexBrasil).
TRANSFORMAR BRASÍLIA
EM UMA CIDADE GLOBAL
O planejador-chefe da consultoria, Raphael Teck Lee Chua, declarou que Brasília tem vocação para se tornar uma verdadeira cidade global. “Nós verificamos grande potencial para desenvolver a região. Em três meses voltaremos para apresentar novo relatório”.
A Jurong entregará, até 2014, uma série de estudos e projetos sobre quatro grandes eixos: Polo de Desenvolvimento JK, Centro Financeiro Internacional do DF, Cidade-Aeroporto e Polo Logístico. Todos esses documentos elaborados pela empresa são acompanhados por 20 representantes do GDF.
Foi explicado ainda que, como rotina, a consultoria asiática contrata empresas estrangeiras independentes para analisar os contratos firmados.