Fiz a letra de uma ótima música de Carnaval, que concorreu no Festival da Prefeitura de Salvador, em 1973. Meu parceiro, responsável pela parte musical, foi o jornalista Lázaro Guimarães, hoje poderoso juiz federal (amigo aqui no Face). Dizem que ele tocava violão muito bem.
Infelizmente, fiquei sem registro da brilhante criação, pela falta de um bom gravador, mas a nossa música era muito boa mesmo – e ia ganhar o Carnaval baiano.
Fomos selecionados para a disputa final, com seis músicas concorrendo. Lembro que sugeri a Lázaro trocar a cantora, uma morenona meio fraquinha, por um intérprete (ou uma) melhor. Feita a sugestão, esqueci o assunto, pois trabalhava feito doido em jornal, minha prioridade.
Domingo de noite, liguei a TV Itapoã e vi que estava passando a final do Festival do Carnaval. Mas não tinha o fone da casa do Lázaro para avisar (na época, não havia celular).
Fiquei ligado no vídeo, sabendo que a gente ia ganhar. Mole, mole! Avisei a família para ninguém se assustar com o sucesso. É hoje!
Passou uma, passaram duas, passaram três músicas razoáveis, e anunciaram a nossa grande produção. Foi quando o locutor, com voz grave, informou:
-A música dos jornalistas Renato Riella e Lázaro Guimarães não poderá disputar esta final, e será desclassificada porque, lastimavelmente, nem eles apareceram, nem a cantora que iria apresentar o sucesso! Só faltou dizer: PQP!
No dia seguinte, houve pequeno bate-boca na nossa dupla de compositores:
-Você ficou de arranjar outra cantora!
-Zorra nenhuma, esta responsabilidade era sua!
E assim, vergonhosamente, acabou a minha promissora carreira de compositor musical. Mas sou muito bom de FM…
Consta que Lázaro nunca desistiu de tentar. E continua sendo grande amigo meu. A gente supera tudo nesta vida! (RENATO RIELLA)
