RENATO RIELLA
O mês de fevereiro se inicia com a ameaça de serem eleitos, para dirigir a Câmara Federal e o Senado, políticos polêmicos, que podem dentro de pouco tempo ser indiciados pelo Supremo Tribunal Federal, em função da Operação Lava-Jato.
O sigilo dessa investigação não permite que se afirme, de imediato, quais senadores e deputados federais estão implicados de fato no desvio de recursos bilionários da Petrobras, mas quase certamente alguns dos nomes mais falados poderão ser apontados na fase final da investigação.
É uma situação crítica, que gera incerteza na formação das Mesas Diretoras do Congresso Nacional, mas que certamente não terá informações conclusivas antes do dia 2 de fevereiro, quando as novas bancadas federais começarão a trabalhar na Câmara e no Senado.
Com todas essas ameaças, consolida-se a disputa na Câmara Federal entre o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o petista Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Fica claro que o Palácio do Planalto luta pela eleição de Chinaglia, mas tentará deixar portas abertas para entendimento, caso Eduardo Cunha consega se eleger, como parece provável.
No Senado, o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) sente-se reeleito, mas sofre uma competição de última hora, do também peemedebista Luiz Henrique (PMDB-SC), que pode contar com votos de outros partidos, tornando a disputa instável.
A próxima semana começará com a definição de posições na Câmara e no Senado, abrindo para a presidente Dilma Rousseff o desafio de recompor forças políticas em momento de grande instabilidade, principalmente diante dos números desastrosos apresentados pela Petrobras.