RENATO RIELLA
O grande desafio eleitoral do governador Agnelo Queiroz (e de outros governadores, além da presidente Dilma), é transformar a Copa do Mundo numa coisa boa para o povo.
Sabe-se que este (o povão) não terá condições de pagar ingressos caros e raros. E também encontrará poucas oportunidades de negócio. Até o momento, em Brasília, os mais diversos setores estão à margem da festa.
Espera-se que, pelo menos, o GDF tenha a preocupação extrema de informar a população sobre cada transtorno, cada mudança de tráfego, cada interdição de atividade econômica e, também, cada facilidade criada para quem pretenda ir ver jogo no novo Estádio Garrincha (citado como Estádio Nacional nas novas placas).
O Correio Braziliense de hoje alerta bem para essas questões da Copa, lembrando que teremos domingo lotação quase completa no estádio, no jogo que abre o Campeonato Nacional: Flamengo x Santos.
Segundo o Correio, é preciso resolver a questão do transporte coletivo e do acesso ao estádio, pois muita gente caminhou quilômetros até chegar ao local do jogo do último sábado. No Eixo Monumental, torna-se necessário um esquema de tráfego que não pare a cidade.
Vi na TV transtornos causados aos feirantes da Torre de TV. É preciso criar condições para que, nos dias de jogos, esses comerciantes tenham suas vendas ampliadas. Para isso, vamos incentivar as pessoas a almoçarem por lá, indo depois, a pé, para o estádio.
LUGAR MARCADO E INVASÃO
DE GENTE IRRESPONSÁVEL
De tudo o que vi até agora nos preparativos da Copa, o que mais me assusta é a proximidade da arquibancada em relação ao campo. Tadeu Schimdt, da Globo, numa declaração ingênua (quase irresponsável), disse na transmissão do jogo de sábado que os brasileiros demonstrarão que são civilizados, adequando-se à nota situação dos estádios.
Isso não vai acontecer. Aliás, na Fonte Nova, a torcida do Bahia interrompeu um jogo em que estava perdendo para o Vitória, ao jogar no gramado centenas daquele instrumento ridículo criado por Carlinhos Brown.
A Polícia Militar terá de fazer verdadeiras barreiras humanas, de costas para o campo, de olho em quem atirar celular ou qualquer outra coisa nos bandeirinhas ou nos técnicos (aliás, não acreditei quando vi no jogo Corinthians x Santos, domingo, os corintianos criminosos jogando sinalizadores de fogo no gramado).
Voltando ao tema central, digo que os jogos preparatórios (inclusive a Copa das Confederações) servirão para evidenciar os problemas nos estádios.
Vejam só mais um: quem vai tirar o mal-educado que sentar no meu lugar numerado? Haverá polícia suficiente para isso, ou teremos de usar a força-bruta para resolver a questão?
Sinceramente, não queria estar no lugar do governador Agnelo neste momento. Haja problema!