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fev 19 2014

CRISE DA POLÍCIA MILITAR SE AGRAVA E PREOCUPA O PALÁCIO DO PLANALTO

RENATO RIELLA

Agrava-se a crise da Polícia Militar do Distrito Federal. Fica mantido o que este BLOG vem afirmando desde dezembro: não há condições políticas (nem financeiras) de atender às reivindicações salariais dos soldados.
O governador Agnelo Queiroz, num esforço desesperado para tentar devolver a normalidade à PM, fez tentativas de atendimento parcial dos pleitos, via gratificações, mas a categoria não aceitou.

Essa tentativa do GDF criou problemas políticos seríssimos para Agnelo, segundo publicação da coluna Painel da Folha de São Paulo.

Na verdade, como este BLOG adverte desde a primeira publicação, o Palácio do Planalto rejeita qualquer possibilidade de ampliação dos níveis salariais oferecidos aos PMs brasilienses, tendo passado essa orientação ao governador.

Qualquer mobilização que houver entre policiais de outros estados, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, será atribuída ao exemplo dado em Brasília. Por aqui, a categoria vive há pelo menos três anos com atividades prejudicadas, sem que o governo local reaja contra isso.

Neste governo, já estamos no quinto comandante da Polícia Militar, todos triturados pela dificuldade de conter um verdadeiro motim dentro da tropa. No entanto, sabe-se que os soldados recebem remuneração gritantemente acima da média nacional.

A gota d’água, de repercussão federal, foi o alerta dado pelo sargento Sansão, numa reunião com a presença de cerca de 100 policiais, quando este ameaçou o secretário de Segurança Pública do DF, delegado da Polícia Federal Sandro Avelar. Este sargento prometeu complicar a segurança na Copa do Mundo e não foi punido por isso.

O Palácio do Planalto está preparado para desembarcar a qualquer momento em Brasília com a Força Nacional. Nesse sentido, o risco corrido no conflito do MST despertou a necessidade de um planejamento especial para Brasília.

CRISE GERA DEBATES NA
CÂMARA LEGISLATIVA DO DF

A crise pode crescer. A rejeição da proposta de reajuste salarial oferecida pelo GDF aos policiais militares e bombeiros do Distrito Federal, ocorrida em assembléia realizada neste terça-feira, já era esperada, mas desperta grande preocupação. O fato elevou hoje os ânimos no plenário da Câmara Legislativa.

A deputada Eliana Pedrosa (PPS) fez duras críticas ao governo e saiu em defesa da categoria. “Esse é um governo sem palavra, que não cumpriu as 13 promessas feitas à corporação na campanha eleitoral. Hoje toda gente de bem do DF é vítima da violência por causa de um governo sem caminho. Os cidadãos precisam reagir. Reagir contra os bandidos é quase a mesma coisa que reagir contra o governo”, criticou.

Ela, pré-candidata ao Governo do DF, não quer levar em conta a dependência financeira e política que Brasília tem em relação ao Governo Federal. Eliana Pedrosa, bem informada que é, sabe que não adianta prometer, se a presidente Dilma Rousseff se opuser – como está acontecendo nesse caso.

A líder do governo, deputada Arlete Sampaio (PT), tentou argumentar hoje, afirmando que “o governo elaborou uma proposta, apresentou à categoria, e os policiais recusaram”.

Segundo ela, um soldado em início de carreira começa recebendo salário de R$ 8 mil. Um major chega a receber R$ 19 mil. São dados que não correspondem ao que tem sido divulgado pelos líderes dos PMs. Se isso for verdade, a repercussão ruim do movimento, em termos nacionais, será ainda pior.

Vários deputados anunciaram nesta terça-feira (18), no plenário, que vão obstruir as votações de matérias do governo até que sejam atendidas as reivindicações salariais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. A iniciativa foi do deputado Aylton Gomes (bombeiro), logo seguido por Patrício (policial militar) e pelas bancadas do PDT e do PMDB.

Aylton Gomes acha que o GDF pode fazer algo em relação aos mais de 800 soldados que estão prontos para serem promovidos a cabos. Segundo ele, o governador só precisa pedir ao comandante-geral da PM que faça a promoção.

Assim, teremos o resto da semana envolvido nessa discussão. A manutenção da operação-tartaruga parece fatal. Diante disso, esperam-se desdobramentos vindos do Governo Federal, que não vai mais ficar assistindo essa crise de braços cruzados.

Brasília vive um dos momentos mais graves da sua história.

4 comentários

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  1. Bravo Myke

    Prezado jornalista quanta parcialidade.
    Não estamos amotinados, apenas demonstramos nossa insatisfação, indignação em praça pública (que é um direito constitucional) e cobramos promessas de campanha. Nossa remuneração chega a ser apenas um terço da remuneração de outros servidores de Segurança Pública do Distrito Federal. O discurso da autoridade afirmando que somos os mais bem pagos do país foi desmentido pela autoridade do discurso.
    Poucas vozes retratam fielmente o que está acontecendo com a segurança pública, como é o caso de George Felipe (Especialista em Segurança Pública) que disse: “a capital esta passando por todo esse caos, por omissão do Governo, os policiais e bombeiros estão há mais de 6 anos sem reposição salarial, e já faz 3 anos que estão tentando um diálogo com o GDF e até agora, nada, só enrolação, e se não bastasse no fim do ano passado o GDF atendeu todos os seguimentos de carreiras e deixou de fora a PMDF/CBMDF, isto não é justo”.
    É sabido que existem questões pontuais que o GDF não necessita pedir a bênção ao Governo Federal para atender algumas demandas.
    Na verdade, nobre jornalista, no DistritoFederal quem recebem remuneração gritantemente acima da média nacional é o DETRAN (12.000,00 R$), técnico penitenciário (que passará a receber em 2015, 9.500,00 R$). Aqui em Brasília, quase todas as categorias (professor, médicos, DER, metrô, gari, etc.) recebem acima da média nacional. Veja bem, quase todas, porque os policiais e bombeiros ficaram a ver navios quando as demais categorias foram reestruturadas recentemente.
    O pronunciamento da deputada Arlete Sampaio não reflete a realidade. Ela deve ter confundido policial e bombeiro militares com policiais civis em início de carreira ou até mesmo motorista de guincho do DER (sem desmerecê-los).
    O que estamos pedindo no momento é o que foi prometido, ou seja, aumento no auxílio moradia de forma linear. Linear não no percentual como os oficiais querem. Por exemplo, pega o montante disponibilizado e divida pelos componentes de ambas as corporações, seja ele ativo, inativo e pensionista.
    Não é justo depois de tanta luta um coronel ganhar 3.600,00 R$ de aumento (e esses já recebem gordas gratificações além dos salários) e um soldado 370,00 R$.
    Do jeito proposto, os oficiais que já possuem viaturas para seus deslocamentos, ganharão auxílio para morar em Águas Claras e, as praças, ganharão auxílio para morar em Águas Lindas.
    Vamos dividir o bolo de maneira justa…

  2. mARCELO SILVA SANTOS

    MOTIM?

    COMO “JORNALISTA” O SENHOR DEVERIA SE INFORMAR MAIS SOBRE LEGISLAÇÃO.

    SABIA QUE UM OFICIAL É FORMADO PARA COMANDAR, E GANHA GRATIFICAÇÃO PARA… COMANDAR?

    É A MESMA COISA DE UM SERVIDOR DE MERENDA RECEBER GRATIFICAÇÃO PARA… SERVIR MERENDA.

    REAFIRMO O COMENTÁRIO DO COLEGA ACIMA: QUANTA PARCIALIDADE!

    PROCURE PESQUISAR MAIS SOBRE A OPERAÇÃO LEGALIDADE ANTES DE VOMITAR BURRICES NA INTERNET.

  3. Papa Mike

    Nobre colega bravo mike, não adianta vir aqui postar alguma resposta neste blog, pois, ao que me parece, principalmente na quantidade de propagandas do GDF (governo do distrito federal) presentes aqui, o jornalista riella é um defensor parcial e devotado ao governador do df……infelizmente os nossos meios de comunicação estão impregnados por pessoas vendidas e sem nenhuma imparcialidade……l a m e n t á v e l!!

  4. jair tedeschi

    No comentário, assim como no artigo, existem acertos e erros; quem se pronunciou frente ao secretário foi o sargento gilson Maranhão; o sargento Sansão é vice presidente da aspra. O auxilio moradia é escalonado em lei e tem o mesmo valor desde 1995; o governador pode alterar o valor e reajustou de 143 reais para 1200, o do coronel e de 34 para 365 o do soldado; os valores são para setembro 2014; os valores tem resjuste em 2015 e 2016, quando chegam a 3600 para coronel e 1200 para soldado. O projeto da reestruturação a ser encaminhado em 2 de julho de 2014, pode vir a alterar esse escalonamento, basta deixarmos de brigar e trabalhar no projeto.

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