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nov 17 2018

CUBA, CUBA, CUBA

ARNALDO BARBOSA BRANDÃO

Pois é, vejam como são as coisas. Estou namorando uma médica cubana. Está louca pra ficar no Brasil, está imaginando que eu vou ser o salva-vidas dela, porque o único jeito dela ficar por aqui é casando-se com um brasileiro.

O fato é que vivo sonhando com a cubana, uma hora estamos dançando um bolero do Bievenido Granda no cabaré de Belém, outra hora tenho um sonho tipo Dali e a bota preta do Fidel pisa nos meus colhões.

Consultei o livro do Freud (a interpretação dos Sonhos), ele disse que preciso me livrar do passado e casar com a cubana.

O problema é que faz tempo que ando com vontade de dar uma cacetada nos governantes cubanos, mas aí penso em alguns amigos do facebook, penso nos boleros cubanos dos anos 40 e 50, nos músicos do Buena Vista e acabo dando pra trás.

Mas hoje não tem perdão. Quando é que Cuba terá eleições livres? Quando Cuba permitirá a seus habitantes viajarem para o exterior? Até quando Cuba vai encarcerar pessoas por delito de opinião? Por que em Cuba não tem imprensa livre?

As mesmas críticas que fazíamos aos militares que governaram o Brasil de 1964 a 1984 devíamos fazer a Cuba, com um agravante, os militares ficaram 30 anos e os governantes de Cuba estão lá há mais de 60, sendo que os militares ainda deixaram Itaipu, senão estaríamos todos no escuro.

O pior é que passei três anos na Amazônia e ainda fiquei em cana mais de dois anos no Oiapoque por conta de defender as ideias do Castro e do Che, uns caras que só queriam chegar ao poder, e para isso fuzilaram um monte de gente. Tinham tudo para criarem um país decente, mas fizeram um estrago.

Para completar, afundaram a “cultura” cubana, um país de grandes escritores, músicos excepcionais, cantores especiais.

Imagine uma literatura que produziu José Marti, Alejo Carpentier, Lezama Lima, Cabrera Infante, Nícolas Guilén, entre outros, a maioria teve que se exilar. Seria o mesmo que exilar Rosa, Machado, Graciliano.

Trocaram tudo isso por jogadores de vôlei e meia dúzia de ginastas treinados pelos soviéticos e ainda perderam o Beisebol, cujos jogadores fugiram para os EUA.

Não sei onde eu estava com a cabeça quando torcia pelo Che, na época que ele se enfiou pela Selva Boliviana? Talvez no lugar de sempre: dentro da cueca.

O nome dela por incrível que pareça é Dolores del Brandão. É uma nega alta, corpo perfeito e um sorriso permanente, é tudo que preciso. E sendo médica melhor ainda, não preciso mais pagar aos médicos brasileiros para conseguir uma receita de penicilina, estreptomicina, carbamazeipina, rivotril, etc. Porque agora no Brasil é preciso receita até pra aspirina.

Estou ensinando a Dolores como viver no Brasil, porque ela vive com medo. Vamos fazer um passeio na Rocinha no Rio, pra ela ver como funciona a coisa. Depois oficializamos o casamento.

Agora me aparece esta história dos médicos cubanos, médicos altamente confiáveis, outro dia pedi a Dolores pra aplicar uma injeção na bunda, ela me acertou os ovos.

 

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