A imprensa e a sociedade se rebelam, a cada momento com maior violência, contra o governo Dilma Rousseff. Mas é preciso dizer que o Brasil terá de conviver com esta “presidenta” durante um tempo incalculável: serão semanas ou meses.
Teremos nesta quinta-feira um dia negro, que pode produzir conflitos e tragédias. O governo entrou num clima de promiscuidade, condenado por todos os cidadãos de bom senso.
Estive ontem (quarta) à noite na Esplanada dos Ministérios, até perto da meia-noite, e vi um clima de enfrentamento do povo contra a Polícia Militar comandada pelo governador Rodrigo Rollemberg.
Em diversas cidades brasileiras, inclusive em São Paulo, haverá hoje mobilizações imprevisíveis, mas poderosas e violentas.
O Brasil está vivendo um momento de muito perigo. O maior perigo é saber que os instrumentos institucionais disponíveis ainda vão manter Dilma e o ex-presidente Lula no poder durante um longo tempo.
Por isso, nas próximas semanas, as crises da economia, da política e da administração pública devem atingir níveis intoleráveis.
Todos nós devemos nos preparar para grandes dificuldades nos próximos meses. Cria-se um clima de desencontro total do governo e do Congresso Nacional com a sociedade, com a imprensa e com as forças econômicas, que estão apavoradas com os reflexos do caos.
O Supremo Tribunal Federal é a esperança de alguma ação extraordinária para dar normalidade ao Brasil – mas qual ação?
O impeachment, nas mãos do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, não pode gerar esperança para os brasileiros. Será um momento monstruoso da política brasileira, operado por criminosos instalados no Congresso Nacional.
No Tribunal Superior Eleitoral, a possível cassação da chapa Dilma – Michel Temer será possível a partir de abril, quando o ministro Gilmar Mendes assumirá a presidência do TSE.
Mas pergunta-se: como cassar a chapa presidencial, se o deputado Eduardo Cunha (totalmente queimado e sob acusações graves) deverá assumir o cargo de presidente da República até a realização de uma eleição presidencial?
O Brasil está perdido. Os analistas políticos mais experientes e respeitados não se arriscam a propor qualquer solução institucional.
Na verdade, a única saída seria a renúncia da presidente Dilma, para que Michel Temer assumisse o cargo durante algum tempo, até que o TSE julgue se cassa seu mandato.
O que fazer?
Por enquanto, a única sugestão é a seguinte: cuidado com esta quinta-feira, que poderá ser sangrenta.
O Brasil está á beira de produzir mártires políticos. Ontem à noite, se a Polícia Militar não estivesse preparada para evitar situações extremas, poderiam ter ocorrido mortes.
O clima está ficando quente e tudo pode acontecer.
Vamos rezar pelo Brasil! (RENATO RIELLA)
