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jun 07 2014

DEMOCRACIA CONTRA A VIOLÊNCIA

ROBERTO ELLERY

Em um espaço de dois dias, a comunidade da UnB foi surpreendida por duas notícias aparentemente desconexas, mas que guardam relação entre si.

A primeira foi a invasão do gabinete do reitor por alunos que participam da assistência estudantil da UnB.

A segunda foi mais um Happy Hour (HH) que saiu do controle, desta vez com direito a tiros em pleno Instituto Central de Ciências (ICC – Minhocão).

Os estudantes que estão na assistência estudantil tem várias demandas legítimas que devem ser analisadas com a devida atenção pelas instâncias representativas da UnB.

Festas existem nas melhores universidades do Brasil e do mundo e não existe uma boa razão para que não existam na UnB. Porém, nada justifica a afronta e o desrespeito às regras e às instâncias deliberativas da universidade.

Os alunos têm representação nos conselhos superiores e podem levar a esses conselhos avaliações a respeito de toda e qualquer decisão da reitoria, inclusive as decisões relativas às normas para festas, funcionamento da assistência estudantil e a decisão de responsabilizar os estudantes envolvidos em outras manifestações.

Ao partir para ação direta, no caso da invasão, e ao ignorar as regras de convivência, no caso dos HH, os estudantes não estão apenas afrontando o reitor e os diretores da UnB, estão afrontando a própria democracia.

Não é aceitável que grupos insatisfeitos com decisões tomadas dentro dos trâmites legais, portanto democráticos, se sintam no direito de impor suas demandas, mesmo que legítimas, por meio da força e da intimidação.

Tudo fica mais grave por não se limitar à UnB ou a algumas grandes universidades. É uma questão nacional.

Vivemos um momento onde as mais diversas demandas são utilizadas para justificar ações de força que usam a violência visando atender aos interesses dos grupos demandantes.

Esse tipo de procedimento é incompatível com estado democrático e de direito, é incompatível com a vida civilizada, é incompatível com os interesses da maioria da população.

Por tudo isso, parte da comunidade da UnB resolveu reagir. Não queremos impedir manifestações pacíficas, não somos contra as festas, não somos contra as demandas específicas deste ou daquele grupo.

O que nos une é a necessidade de reagir em defesa da democracia. Acreditamos que a defesa intransigente da democracia é a forma mais adequada de combater os atos de violência dentro e fora da UnB.

Só o compromisso radical com a defesa da democracia, inclusive com os mecanismos democráticos de fazer valer a lei, pode nos resgatar do atual estado de violência generalizada.

Peço a todos que tenham possibilidade que compareçam segunda-feria, 9/6, à reitoria da UnB, às 10h da manhã, para apoiar nosso ato: Democracia contra a Violência.

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