O Lixão da Estrutural, que será desativado hoje pelo Governo do DF, serviu para atender à população brasiliense durante mais de 60 anos.
Em uma área de 201 hectares — o equivalente a cerca de 280 campos de futebol —, o depósito a céu aberto é o segundo maior do mundo e fica a menos de 20 quilômetros da Praça dos Três Poderes e a 12 quilômetros do Palácio do Buriti, sede do governo de Brasília.
Bem perto da enorme montanha de lixo, a norte e a leste, está o Parque Nacional de Brasília, unidade de conservação. A oeste, passa o Córrego Cabeceira do Valo. Nas proximidades do riacho, agricultores produzem hortifrutigranjeiros em pequena escala.
O principal acesso ao lixão é pela pista norte da Via Estrutural, como é conhecida a Estrada Parque Ceilândia (DF-095). Na Quadra 5 da região administrativa da Estrutural, encontra-se a entrada de pedestres e carros de passeio.
Pela Quadra 12, chegam os veículos carregados para descarte. Foi por ali que entraram, somente em 2016, último ano de pleno funcionamento do local, 830.055 toneladas de resíduos domiciliares — o equivalente a 3,3 mil vezes a capacidade total de carga do maior avião do mundo.
830.055TONELADASQUANTIDADE DE RESÍDUOS DOMICILIARES ATERRADOS NO LIXÃO EM 2016
O montante faz parte, segundo estimativa do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), dos cerca de 40 milhões de toneladas de lixo aterradas naquela área desde a década de 1960, quando a região da Estrutural começou a ser utilizada para esse fim.
O ponto mais alto da montanha de resíduos tem 55 metros de altura — pouco menos que o mirante da Torre de TV, com 75 metros.
Transformada em lixão sem que o solo fosse impermeabilizado, a área representa, portanto, sérios riscos ao meio ambiente e à saúde dos catadores e de toda a população do DF.