Uma ex-funcionária do deputado distrital Hermeto (MDB) afirma que foi obrigada a doar parte do salário para a reforma do escritório político do parlamentar, em Candangolândia, no Distrito Federal. A prática é conhecida como “rachadinha”.
Segundo a ex-funcionária Sara dos Santos Maia, os repasses ilegais ocorriam mensalmente e o dinheiro era entregue a um dos chefes de gabinete do parlamentar.
A denúncia foi protocolada no Ministério Público do Distrito Federal ontem (6). Ao G1, o órgão confirmou o recebimento do material e afirmou que “como o caso é recente, ele ainda se encontra em análise e será remetido a uma promotoria de Justiça”.
Já o deputado distrital Hermeto afirma que “não existe rachadinha no gabinete dele e que a denúncia faz parte de um campanha difamatória da ex-esposa e de ex-funcionários pra desconstruir a imagem dele”.
Sara Maia foi nomeada em janeiro para um cargo especial de gabinete com salário de R$ 6.694,88. Ela afirma que, à época, foi avisada de que teria que passar R$ 350 da remuneração para um dos chefes do gabinete, com o objetivo de custear a reforma do escritório político do deputado.
A ex-funcionária disse que todos os repasses tinham que ser feitos em dinheiro em espécie.
“Ele dizia: ‘Você vai sacar e me dar esse dinheiro em mãos na minha sala. Quando você vir, nem comente nada com ninguém. Entra, bate na porta e entrega o dinheiro’. Foi o que eu fiz. Em janeiro ele comunicou isso e, em fevereiro, foi o meu primeiro saque de 350 reais.”
Sara afirma que realizou os pagamentos até julho, quando teria sido orientada pela ex-esposa do parlamentar, Vanusa Lopes, de que os repasses eram ilegais. Segundo a ex-funcionária, o marido dela, que foi um dos coordenadores de campanha de Hermeto, também pediu explicações ao distrital.
Márcio Maia afirma que teve uma reunião com o deputado. “Ele, de uma maneira meio alterada, falou: ‘Vocês estão do meu lado ou do lado da Vanusa?’”
Sara afirma que, depois do encontro do marido com Hermeto, passou a ser discriminada pelos funcionários do gabinete.
Na sexta-feira (1º), ela pediu exoneração após saber que seria transferida para a Administração Regional do Núcleo Bandeirante.
Com informações de G1