RENATO RIELLA
O Distrito Federal tem hoje a menor taxa de desemprego da sua história, desde que vem sendo realizada a Pesquisa de Emprego e Desemprego do Dieese, iniciada há 21 anos.
A taxa de desemprego no Distrito Federal caiu de 13,3% em março para 12,9% em abril, menor índice para este mês desde 1992, segundo a Pesquisa divulgada hoje pela Secretaria de Trabalho (Setrab).
Como nada na vida deixa de ter leitura política, registro que não se entende porque a administração do governador Agnelo Queiroz tem rejeição de quase 60% da população. Deve haver algo errado na sua comunicação com o povo.
O certo é que o desemprego é baixíssimo, numa pesquisa de alta confiabilidade, que não é feita pelo governo, mas sim pelo Dieese, uma instituição tradicional do mundo econômico-social do Brasil contratada pela Secretaria do Trabalho.
Tenho ligação pessoal profunda com a Pesquisa de Emprego e Desemprego do Dieese, que começou comigo, quando fui secretário do Trabalho, na década de 90, trabalhando junto com o economista Paulo Timm, que na época era diretor da Codeplan.
O índice de 12,9% calculado na PED é mais elevado do que o de 5,8% divulgado pelo IBGE, porque as metodologias das duas instituições são diferentes na origem.
O IBGE pergunta mensalmente aos cidadãos se estes procuraram emprego nos últimos sete dias. O Dieese é mais rigoroso e considera desempregado aquele que procurou emprego nos últimos 30 dias. Isso altera a taxa bastante.
O importante é ver que o desemprego hoje é o menor da história do DF, de verdade. O povo precisa saber disso e aí verá que a situação tem melhorado nas diversas famílias, nesse aspecto da colocação no mercado de trabalho.
A população desempregada no Distrito Federal foi estimada em 188 mil pessoas em abril, 4 mil a menos que em março, fato “associado ao aumento de postos de trabalho (7 mil), dado que a população economicamente ativa se manteve praticamente estável, com aumento de tão somente 2 mil pessoas”, apontou o estudo.
Os setores que mais criaram empregos foram: Administração Pública (+ 5,7%), Construção (+ 2,5%), Indústria (+ 2,4%) e Serviços (+ 0,9).
Como sempre, preocupa muito o desemprego entre os jovens das cidades mais pobres. É um descompasso que deveria gerar ações mais decisivas do governo, a partir de estudos feitos na Pesquisa de Emprego. Mas, na prática, nada é feito em termos de planejamento mais sério.