RENATO RIELLA
A presidente Dilma Rousseff pode sair dizendo por aí, de país em país, que a taxa de desemprego do Brasil é a menor do mundo. E mais: essa taxa caiu para 5,3% em agosto deste ano, depois de ficar em 5,6% em julho. Em relação a agosto de 2012, no entanto, a taxa manteve-se estável.
O dado foi divulgado pelo IBGE, em sua Pesquisa Mensal de Emprego (PME). É a menor taxa desde dezembro, que havia sido 4,6%. Levando-se em conta que países como Espanha e Grécia têm desemprego perto dos 30% e os Estados Unidos perto de 9%, a situação brasileira é confortável, quase de pleno emprego.
Vale comentar que a tendência para o segundo semestre, com a aproximação das vendas de fim de ano, é de crescimento do emprego, que volta a cair em fevereiro, numa situação sazonal já conhecida. Portanto, haverá mais motivos para comemoração.
Segundo o IBGE, a população desocupada caiu 6% em relação a julho, alcançando 1,3 milhão de pessoas nas seis regiões metropolitanas pesquisadas. Já a população ocupada manteve-se estável em 23,2 milhões de pessoas, o que mostra que não houve aumento na geração de postos de trabalho entre os dois meses. Em relação a agosto de 2012, no entanto, foram criados 273 mil empregos.
O número de trabalhadores com carteira assinada ficou em 11,7 milhões, o mesmo de julho, e 3,1% maior do que agosto do ano passado.
Feitas todas essas considerações otimistas, vale explicar que existe outra pesquisa de emprego e desemprego no Brasil, feita pelo Dieese em seis capitais (inclusive Brasília), na qual os desempregados são cerca de 12% da população.
A diferença de 5,3% para 12%, de uma pesquisa para outra, deve-se à metodologia. A primeira, do IBGE, busca quem procurou e não encontrou emprego nos últimos sete dias; a segunda, do Dieese, reflete aqueles que não encontraram emprego nos últimos 30 dias. Isso muda muito o quadro. Mas realmente, nas condições sociais do Brasil, o desemprego não pode ser mesmo uma preocupação.
RENDIMENTO MÉDIO DO
TRABALHADOR TAMBÉM MELHORA
Para completar o quadro otimista, o rendimento médio real habitual do trabalhador cresceu 1,7% em agosto deste ano, na comparação com julho, chegando a R$ 1.883. O valor também é superior, em 1,3%, ao observado em agosto do ano passado.
O maior crescimento nos rendimentos, em relação a julho, foi observado na área de construção (3,7%), seguido por serviços prestados a empresas, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira (2,7%) e educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social (2,3%).
Foram observadas quedas nos setores de serviços domésticos (-1,4%) e comércio (-0,2%).
Entre as categorias de trabalho, o maior aumento foi percebido nas pessoas que trabalham por conta própria (2%), seguido por empregados sem carteira no setor privado (1,5%), empregados com carteira no setor privado (1,3%) e funcionários públicos e militares (0,7%).
A massa de rendimento real habitual dos ocupados chegou a R$ 44,2 bilhões, uma alta de 2,3% em relação a julho e de 2,7% na comparação com agosto do ano passado.