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nov 30 2017

Diário Oficial da União publicou hoje a última edição em papel

DOU

Na madrugada de hoje(30) foi publicada  a última edição em papel do Diário Oficial da União (DOU). A partir de agora, o diário – que chegou a ter mais de cinco mil páginas em um só dia e recebeu o título de jornal diário com maior número de páginas do mundo – só ficará disponível em versão digital.

Ele era impresso há 155 anos, quase todos os dias, distribuído em todo o Brasil. Nos tempos de ouro, tinha tiragem de 90 mil cópias diárias, mas o número foi diminuindo gradualmente até atingir a quantidade atual, de seis mil por dia.

“Agora que não vai ter mais jornal, bate uma tristeza. De um lado tristeza, de outro, orgulho”, afirma o impressor Raimundo Tiago, que trabalha na Imprensa Nacional há 25 anos. “Orgulho por ter participado dessas obras que a gente está botando na rua.”

Ele faz parte de uma equipe de 28 pessoas que vira a noite no parque gráfico. Com o fim da impressão do DOU, a jornada pela madrugada vai terminar. Por isso, os funcionários serão remanejados para novos turnos, na confecção de outros projeto da Imprensa Nacional.

Outro impacto do fim da edição impressa: aproximadamente 11 mil árvores vão ser poupadas todo ano. Só para imprimir o DOU, o gasto de papel é de 720 toneladas atuais. Em tempos de racionamento no Distrito Federal, isso também vai gerar economia de 32 milhões de litros de água por mês. É o suficiente para encher oito piscinas olímpicas.O primeiro DOU foi impresso na época do Brasil Império, em 1º de outubro de 1862, em uma máquina enviada de Portugal por D. João VI, na época príncipe regente. O modelo é o mesmo que chegou a ser usado por Machado de Assis.

“O Diário Oficial tem uma característica peculiar que é a de dar publicidade e validar os atos do governo. Para que qualquer ato tenha validade, ele tem que ser publicado no Diário Oficial”, explica o historiador Rubens Cavalcante.

O DOU também registrou a aprovação da Constituição de 1988, posses presidenciais, a criação do Código Brasileiro de Trânsito e a mudança da capital para Brasília. Em 1960, o então presidente Juscelino Kubitschek determinou que ele fosse impresso no DF: 50 homens levaram 25 dias para desmontar a máquina, carregada por cinco caminhões em quatro dias de estrada.

Para a Imprensa Nacional, a edição digital, que existe desde 1997, será aprimorada. “O da impressão abre um caminho 100% digital para o diário. A gente já tem a versão digital, a gente vai estar disponibilizando a partir de amanhã um novo portal com novas funcionalidades, com facilidade de pesquisa para o usuário, com informações em formatos digitais mais manuseáveis”, afirma o diretor-geral do órgão.

“Então, vem um diário com a mesma confiança, credibilidade que o diário oficial teve ao longo de 155 anos e com funcionalidades digitais que são mais aderentes ao mundo de hoje.”

Fonte: G1

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