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out 27 2014

DILMA ASSUME UM GOVERNO EM QUE NÃO SE FALA MAIS EM FOME ZERO

RENATO RIELLA

Em 2003, acompanhei ao vivo, de dentro do Senado, o discurso de posse do Lula, quando ele lançou o programa Fome Zero.

Este tema não integrou, ontem, o ótimo discurso da presidente reeleita Dilma Rousseff. Isso ajuda a explicar a surpreendente vitória dela, quando metade do Brasil já comemorava a eleição do tucano Aécio Neves.

O foco social dos governos petistas, visto até como assistencialista,  matou o Fome Zero, permitindo a Dilma destacar, na sua fala de vitória, a necessidade de uma reforma política e a prioridade no combate à corrupção.

Caberá aos seus liderados e à oposição aceitar esses dois desafios impostos pela “presidenta”, porque ela se dedicará mesmo aos dois temas.

A reforma política precisa ser feita logo, logo, logo. Se não acontecer ainda em 2015, passa a se confundir com a eleição municipal e não sai do lugar.

Essa reforma política tem como pontos de partida a banalização partidária e a questão da reeleição – mais fácil de discutir com Dilma, que não poderá se reeleger em 2018.

Dilma tem somente um risco, nas próximas: não podem aparecer as digitais dela nessas denúncias que envolvem criminosos em delação premiada, no processo da Petrobras. Se isso acontecer, evoluirá rapidamente um grito por impeachment, que não se sabe onde poderá terminar.

Até o momento, em 12 anos de escândalos, a presidente se manteve preservada, passando para a população a imagem de não temer investigações – como sempre disse nos debates eleitorais. Precisará reforçar isso.

Nesse sentido, esperamos que Dilma cumpra o anunciado ontem, no sentido de reforçar no Congresso Nacional a aprovação das leis anti-corrupção que já estão sendo analisadas por lá.

A capa da última Veja permanece como uma tentativa de golpe político, às vésperas da eleição. Todos esperamos que Dilma tenha firmeza para processar a revista, pedindo muitos milhões de indenização.

Se não fizer isso, dirão: é porque tem culpa no cartório.

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