RENATO RIELLA
Saiu uma pesquisa do Instituto Datafolha em que a aprovação do governo Dilma sobe de 30% para 36%. Vejam bem: aprovação ao governo. Não é índice eleitoral.
Na verdade, Dilma deve comemorar, porque conseguiu inverter a tendência de queda. A chamada curva descendente um dia se encerra – e foi isso o que aconteceu.
Ela sabe, agora, que 30% é o fundo do poço. Ou, em outras palavras, tem o apoio de 30% da população mesmo no caos, como aconteceu em junho, quando a presidente perdeu por algumas semanas o controle do país, que ficou à deriva durante as manifestações de rua.
Interrompida a curva descendente e iniciada uma curva ascendente, basta que Dilma mantenha o país em ordem para que volte a subir nos índices.
Vale lembrar que em março deste ano a avaliação positiva do seu governo chegou a 65%, o que parecia um resultado artificial – mas era verdadeiro para aquele momento.
O Brasil, diante da sua população, é um país em plena normalidade. A inflação preocupa, mas está sob controle. Os serviços são tão péssimos quanto sempre foram. As instituições funcionam e vivemos uma grande democracia.
Algumas manifestações de rua, de forma irresponsável, pediram o impeachment de Dilma. Isso é impossível de acontecer, pois o governo tem razoável domínio sobre o Congresso Nacional.
Faltam mais de 15 meses para o fim do governo. Se Dilma caísse, estaríamos em péssima situação, pois seus possíveis substitutos certamente são piores. A saber: vice-presidente Michel Temer, presidentes da Câmara Federal ou do Senado, e por último o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, que não tem passado bem no teste político nesse cargo.
Assim, Dilma está se recuperando, Por enquanto, é apenas isso. Nada mais do que isso.
Mas a presidente não deve subestimar o descontentamento dos brasileiros. Ela terá um novo teste no 7 de setembro, quando as manifestações de rua podem voltar. Não esqueçamos que, a rigor, nada foi feito para responder às reivindicações apresentadas nos protestos. Nada!