RENATO RIELLA
A presidente Dilma Rousseff faturou mais do que o Papa Francisco na incrível programação de ontem. O forte, a favor dela, foi a edição do Jornal Nacional, absurdamente favorável à presidente. Mas tudo contribuiu para que a candidata do PT para 2014 pudesse recuperar importantes pontinhos nas pesquisas.
Para completar, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, demonstrou que não está preparado para momentos políticos e transformou a presidente Dilma em vítima.
No Facebook, postagens compartilhadas milhões de vezes mostram uma filmagem da RedeTV, na qual Joaquim comete inacreditável indelicadeza com uma mulher – e por isso se transforma momentaneamente em vilão.
Aconteceu no Palácio Guanabara. O Papa Francisco e a presidente do Brasil estavam em cima de um estrado, recebendo autoridades, uma a uma, para cumprimentos.
O presidente do STF foi anunciado. Chegou, subiu dois degraus, cumprimentou com ênfase o Papa Francisco e deixou pendurada no ar a mão de Dilma, passando ao seu lado sem olhar para ela. Chocante! O riso de felicidade estampado no rosto da presidente transformou-se em expressão de susto e tristeza. Ela nem acreditou no que via!
Na narração da TV, espalhada amplamente no Facebook, a reporter foi discreta, mas não escondeu o susto, ao registrar que Barbosa saiu sem cumprimentar Dilma. Bem mais tarde, a assessoria do STF tentou explicar que ele havia encontrado antes a presidente em recinto privado, etc.
Mas, como dizem os fotógrafos (valorizando sempre o seu produto), “uma imagem vale mais do que mil palavras”.
DOIS BEIJINHOS NO PAPA,
COMO SE DIZ, “PARA CASAR”
Dilma teve momento de glória ao antecipar-se para dar dois beijinhos no Papa (para casar!), no melhor estilo brasileiro, encontrando a receptividade de Francisco, um padre efetivamente latino, aberto a demonstrações de carinho.
Todo o imenso eleitorado brasileiro é dominado pelo Jornal Nacional da Globo e deve ter ficado sensibilizado pelo discurso de Dilma, que pareceu a nós (pretensos especialistas) até exagerado, mas pode ter efeito na massa.
Ela falou que, nos últimos dez anos (de PT no governo), a pobreza diminuiu no Brasil, o que é uma verdade. E o Papa, na sequência, fez um discurso diplomaticamente perfeito, em que prestigiou a presidente e – como se diz – não apresentou armas.
Dilma Rousseff estava muito feliz. Sem dúvida, bastante emocionada, mesmo que a gente admita nunca ter vislumbrado nela nenhum sinal de fé cristã. Vida que segue…
Ninguém pode prever o que acontecerá nos outros cinco dias da viagem papal, mas o primeiro dia foi da Dilma.