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jun 22 2013

DILMA NÃO ENTENDEU NADA. E NINGUÉM ENTENDEU DILMA

RENATO RIELLA 

Vai piorar. Acabou de piorar.

A presidente Dilma ocupou uma rede nacional de TV e perdeu a oportunidade de falar a linguagem das ruas.

Dilma, os governadores e a TV Globo (esta, principalmente), dedicam metade das suas falas para falar do vandalismo.

Mas o vandalismo é problema dos governos, que não organizam um policiamento contra esses marginais plenamente identificáveis dentro do movimento.

Em muitos momentos, até parece que as forças de segurança abrem espaço nas ruas para o quebra-quebra. Foi o caso do Itamarati, pouco protegido, e da prefeitura de São Paulo, onde a Polícia paulista desapareceu durante longo tempo.

Dilma, os governadores e a Globo deveriam ter registrado o vandalismo dentro da pequeneza desse assunto, passando a discutir em profundidade as preocupações expressas por mais de um milhão de brasileiros pensantes.

A presidente, ruim de negociação (nunca atuou nessa área), não cedeu em nada. Não ofereceu nenhuma resposta política ao movimento.

Pelo contrário, disse que vai se reunir com Renan Calheiros (evitou pronunciar o nome dele) para discutir soluções. Sobre isso, vale uma lembrança.

A lembrança oportuna é a seguinte: as últimas aparições públicas da Dilma, em tempos recentes, foram em companhia de gente que tem péssima imagem.

Ela apareceu este mês ao lado de Renan Calheiros, que seria o seu salvador no Congresso Nacional. Suicídio!

Depois apareceu no Rio, feliz, ao lado do governador Sérgio Cabral, de péssima imagem pelas ligações com a Delta, com Eike Batista, etc.

Por fim, Dilma bateu o próprio recorde, surgindo no Estádio Mané Garrincha entre Joseph Blatter (Fifa) e José Maria Marin (CBF). Ela pediu para ser vaiada.

E agora, num pronunciamento de emergência, anuncia que vai buscar socorro junto a Renan, de novo!

 

DILMA NÃO RECONHECE QUE

PRECISA MEXER NO GOVERNO

Na sua fala de hoje, Dilma não prometeu uma reforma administrativa, para reduzir o número de ministérios. Nem prometeu mexer nas agências reguladoras, que são dominadas por políticos e não fiscalizam nada.

Dilma não reconheceu que o Brasil, com cerca de 30 partidos, vive situação de inviabilidade nessa área.

Ela deveria ter proposto um pacto com os políticos, pelo qual todo interesse eleitoral seria suspenso durante alguns meses, enquanto se repensaria o país.

Em vez de falar a linguagem política das ruas, manteve-se no velho estilo de “governo administrativo”. Por isso, a repercussão do seu pronunciamento foi péssima. Não adiantou a forte máscara de maquiagem usada, que mudou a cor do seu rosto.

Mais uma vez, vai piorar. Vai incendiar.

Dizer que não há dinheiro de governo nos estádios é provocar as massas. Além do mais, com essa declaração, ela deixa mal os governadores, que despejaram bilhões de verbas públicas nas “arenas”, usando empréstimos federais subsidiados. E nessas arenas nós nunca seremos os leões.

Alguém precisa dizer à presidente Dilma que a casa caiu e precisa ser reconstruída segundo um projeto feito nas ruas, de forma confusa, mas clara. Todo mundo sabe o que o povo está falando. É o chamado óbvio.

A população quer que o dinheiro público seja usado direito, para as coisas funcionarem. Só isso.

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