«

»

jan 03 2015

DIRETOR DO DETRAN É A GRAÇA FOSTER DE ROLLEMBERG

RENATO RIELLA

Ainda está em tempo, mas na verdade o governador Rodrigo Rollemberg perdeu o “time” em relação ao anunciado diretor do Detran, Antônio Fúcio. Este, indicado pelo PSDB para dirigir o nosso trânsito, questionou (e perdeu) 50 multas recebidas em 2006.

Há diversos argumentos, mas o mais grave não são as infrações. Mais grave é assumir o Detran, na segunda-feira, como cidadão que contesta na Justiça, 50 vezes, o poder do próprio órgão.

Gravíssimo é ele não ter alertado o governador Rodrigo Rollemberg. Nessa situação, certamente não teria sido aprovado para o cargo.

Gravíssimo será se, entre as 50 multas que certamente virão a público, esteja alguma comprometedora, como “bafômetro”, por exemplo.

É grave, também, ler o currículo de Antônio Fúcio e perceber que ele não tem nenhuma relação anterior com o tema “trânsito”. É economista, e trabalhou na Codeplan, no Ministério do Meio Ambiente e na Casa Civil da Presidência da República.

Com um currículo dessa ordem, não é de se admirar que possa contestar 50 multas do Detran, pois certamente não entende nada do assunto.

 

NOMEAÇÃO PRECISA SER SUSPENSA

Ainda está em tempo para Rollemberg suspender esta nomeação, a essas alturas com muito desgaste para Brasília.

Basta que o governador determine ao secretário da área que assuma interinamente o órgão, até arranjar um substituto para Antônio Fúcio – ou até que este possa esclarecer tudo muito bem.

A questão não é o pagamento das multas, cometidas em 2006, nem a possível injustiça em relação a uma ou outra infração. Mas o futuro diretor recorreu à 2ª Vara da Fazenda e perdeu. Quase certamente ele terá de dirigir o Detran cobrando as suas próprias penalizações. Soa mal isso!

 

DESGASTA O ÓRGÃO E A CIDADE

Antônio Fúcio pode assumir o Detran como se fosse uma Graça Foster, da Petrobras, desgastando o órgão mesmo se for inocente.

O governo do DF tem muitas dificuldades herdadas da administração passada. Mas esta é própria da administração Rollemberg.

Vimos no governo Agnelo a desmoralização constante do Detran. Sucessivas nomeações de diretores de carreira mostraram que esta pode ser uma péssima opção.

O corporativismo precisa ser administrado por um diretor vindo de fora, mas com experiência no setor e nome. Qualquer um será contestado pelos servidores, mas cabe ao governo enfrentar isso.

No DF, hoje, temos por exemplo Jorge Guilherme Frasciscone, que trabalha nessa área há mais de 40 anos. Até o mês passado era um dos diretores da Terracap. Conhece os problemas de Brasília e tem autoridade para enfrentar situações difíceis.

Há outros nomes a se buscar, mas antes vamos ver se está limpo, sem questionamentos que levem o governo ao ridículo.

No caso de Antônio Fúcio, presume-se que seja ótima pessoa, com inestimáveis serviços prestados à União. Mas quando se percebe que tem 50 multas, vira o que José Simão chama de “piada pronta”. Só nos cabe rir.

Se ainda fossem só cinco multas…

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode usar estas tags e atributos HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

*