RENATO RIELLA
Já abordei aqui a questão da renda do jogo Santos x Flamengo, no novo Estádio Garrincha, que deu renda de bilheteria na casa dos R$ 7 milhões, a qual deve ser ampliada para R$ 8 milhões se computados outros serviços, como camarotes, bares, propaganda em campo, etc.
A remuneração ao GDF, de apenas R$ 4 mil, será discutida em diversas instâncias e pode causar dificuldades futuras para o governador Agnelo Queiroz.
Quero, no entanto, abordar a questão pelo ângulo do Santos. A diretoria desse clube foi procurada por uma empresa dessas que hoje exploram o futebol no Brasil e aceitou receber remuneração de R$ 800 mil para jogar em Brasília. O mando do jogo era do Santos e não cabia, ao Flamengo, decisão nem remuneração. Quando o jogo for no Rio, a renda será do rubro-negro. Esta é a regra, que parece justa.
Se os diretores do Santos tivessem me perguntado, teria dito a eles – de graça – que receber R$ 800 mil para jogar em Brasília seria um acinte, um roubo, uma proposta desonesta.
Até aquele buriti que foi plantado há 60 anos na praça do mesmo nome sabia que a renda no novo Estádio Garrincha, com a presença do Flamengo, na abertura do Campeonato Nacional, trazendo Neymar como atração e despertando a curiosidade de quem quer conhecer a mais fantástica arena da Copa, tudo isso daria milhões e milhões – como deu.
Ou a direção do Santos é incompetente, ou não tem assessoria, ou não quis estudar nada, ou confiou demais na empresa exploradora – ou é desonesta.
Não vão aparecer os custos reais, mas sobrarão cinco ou seis milhões nesse processo, deixando os santistas no prejuízo.
Espero que a direção do Santos administre melhor os milhões de euros da venda do Neymar – caso contrário, blau-blau!