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set 19 2021

Disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados será uma das mais acirradas no DF

* Por Delmo Menezes

 

Com a proximidade das eleições de 2022, começam as definições de nomes que disputarão o próximo pleito eleitoral, no Distrito Federal.  A corrida por uma vaga na Câmara dos Deputados será pesada, na avaliação de políticos e analistas.

As mudanças nas regras eleitorais poderão contribuir para uma batalha acirrada no próximo pleito. Na semana passada a Câmara dos Deputados aprovou a votação do novo Código Eleitoral (Projeto de Lei Complementar 112/21). O texto ainda será analisado pelo Senado.

Nos bastidores a movimentação é intensa sobre possíveis nomes que participarão das próximas eleições. De acordo com informações obtidas pelo Agenda Capital, a disputa por uma das oito vagas para deputado federal será uma das mais disputadas no Distrito Federal.

Políticos de mandatos e autoridades que ocupam cargos no governo, evitam falar publicamente sobre candidaturas e afirmam que não é hora de fazer esse debate. No entanto, nos bastidores não é bem assim.  As movimentações e as articulações para o próximo pleito avançam. No tabuleiro político, começa aos poucos aparecer os nomes para a Câmara Federal.

De acordo com o cientista político André Rosa, o quadro que se desenha aponta para um pleito com muitos nomes consagrados e pouca renovação. “Será uma eleição disputada, e a presença de tantos nomes fortes para concorrer a oito vagas acaba dificultando a entrada de outros nomes”, explica.

Ao menos, quatro políticos fortes do Distrito Federal que disputaram o Palácio do Buriti em 2018 devem buscar uma vaga na Câmara. As candidaturas de Rodrigo Rollemberg (PSB), Alberto Fraga (DEM), Rogério Rosso (PSD) e Eliana Pedrosa são dadas como certas por interlocutores. Os quatro foram bem votados e têm histórico de peso. Há ainda a candidatura do ex-governador Agnelo Queiroz (PT) que conta com o apoio do presidenciável Lula.

Reeleição

Grande parte dos nomes que estão na Câmara dos Deputados devem disputar a reeleição, o que contribui para dificultar ainda mais a disputa. Entre eles estão: Professor Israel (PV), Luís Miranda (DEM), Júlio Cesar (Republicanos) e Celina Leão (PP) são cotados para tentar se manter no cargo. Israel deve trocar o PV pelo Solidariedade.

A deputada federal e atual ministra-chefe da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL), deve se lançar ao Senado ou até mesmo disputar o Palácio do Buriti onde é bem avaliada. O suplente, Laerte Bessa (PL), tentará cadeira na Câmara. Entre os ministros de Bolsonaro, Anderson Torres (PSL), atual comandante da pasta da Justiça e da Segurança Pública, também pode se colocar nessa disputa.

O ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) vislumbra a disputa a Câmara Federal como uma oportunidade de retornar ao cenário político. Ele vai tentar uma das vagas de deputado federal, no palanque de Ciro Gomes (PDT), candidato a presidente da República.

Erika Kokay (PT), Paula Belmonte (Cidadania) e Bia Kicis (PSL) são outros nomes ventilados para o Senado, mas, segundo interlocutores, poderá haver mudanças. Não está descartada a possibilidade da deputada Paula Belmonte tentar uma cadeira ao Senado ou até mesmo uma dobradinha com o senador Reguffe ao Palácio do Buriti.

Mudanças na CLDF

Na Câmara Legislativa do DF, outros nomes avaliam a mudança para o Congresso Nacional. Os deputados Leandro Grass (Rede) e Reginaldo Veras (PDT) são vistos como possíveis candidatos, além do presidente da Casa, Rafael Prudente (MDB).

Prováveis candidatos à Câmara dos Deputados

Rodrigo Rollemberg (PSB) – É uma das apostas do PSB. O ex-governador vai apoiar Ciro Gomes na disputa a Presidência.

Agnelo Queiroz (PT) – Com o crescimento de Lula nas pesquisas para Presidência da República, é forte candidato a uma vaga na Câmara dos Deputados. O ex-governador já foi eleito três vezes deputado federal no DF.

Ronaldo Fonseca – O ex-ministro está sendo também cortejado para o Senado e vice na chapa de um potencial candidato (a) ao GDF. Tem a seu favor o apoio da grande maioria dos evangélicos. Preferiu não concorrer na última eleição para se dedicar a igreja. É o coordenador nacional político da Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil. O ex-ministro de Temer tem a seu favor não responder a nenhuma ação penal, ou de improbidade, e nem é investigado.

Tadeu Filippelli (MDB) – O ex-vice-governador está de volta as origens visitando todos os dias seus apoiadores. É um dos grandes estrategistas políticos, e nem sempre valorizado. As eleições majoritárias no DF passam pelo presidente de honra do MDB.

Joaquim Roriz Neto – Na última eleição obteve 31.455 votos. Estrategistas avaliam que dificilmente atingirá votos suficientes para uma vaga na Câmara dos Deputados.

Paula Belmonte – Está se desenhando uma dobradinha na disputa ao GDF junto com o potencial candidato Reguffe. Não está descartada a disputa ao Senado. De acordo com o Ranking dos Políticos, a deputada federal é considerada uma das parlamentares mais bem avaliadas dentro do Congresso Nacional. Tem potencial para brigar por disputa majoritária.

Luís Felipe Belmonte – Poderá concorrer ao Senado ou até mesmo apoiar outros candidatos em diversas frentes. Tem se destacado com exímio articulador político no DF e no Brasil. O empresário e advogado é suplente do senador Izalci Lucas (PSDB) que concorrerá ao governo do DF. É o principal articulador do Aliança Pelo Brasil, partido que deverá ficar pronto ainda para as eleições de 2022. Está avaliando os diversos cenários e deverá tomar uma decisão nos próximos dias.

Fadi Faraj – Deverá concorrer a uma cadeira no Senado, sem descartar a Câmara dos Deputados. Tem apoio de parte do segmento evangélico. Nas últimas eleições com apoio de Bolsonaro atingiu a impressionante marca de 268.078 votos para o Senado.

Flávia Arruda (PL) – A atual ministra-chefe da Secretaria de Governo ainda não decidiu seu futuro político. É cotada para disputar uma cadeira ao Senado, contudo não está descartada a possiblidade de disputar o Buriti. Segundo informações, ser vice não está nos seus planos. Tem a seu favor o enorme espólio eleitoral do seu esposo José Roberto Arruda. Caso se decida por uma disputa ao GDF, o seu vice deverá ser um evangélico.

Paco Britto (Avante) – O atual vice-governador do DF, está fazendo um trabalho bastante consolidado em todas as cidades do DF. Tem se esforçado muito no combate a Covid-19 em todo o DF. Nos últimos meses, Paco tem ampliado suas alianças políticas. Não está descartado a dobradinha com Ibaneis Rocha.

Eliana Pedrosa (PDT) – Tem base eleitoral consolidada. É dada como certa a sua candidatura a Câmara dos Deputados. Seu sobrinho o deputado distrital Eduardo Pedrosa (DEM), tem sido forte opositor ao governador Ibaneis Rocha. Foi candidata ao GDF na última eleição.

Reginaldo Veras (PDT) – Tem afirmado que quer disputar uma vaga na Câmara Federal. Com a entrada de Eliana Pedrosa ao PDT, poderá desistir e tentar a reeleição a CLDF.

Leandro Grass (Rede) – Tem um bom discurso político e vem aproveitando bem os holofotes que a mídia está lhe oferecendo como opositor ao governador Ibaneis Rocha. Já se pronunciou como pré-candidato ao GDF. Analistas políticos acreditam que pode desistir e apoiar outros nomes na corrida ao Buriti.

Anderson Torres – O atual ministro da Justiça e Segurança Pública é muito próximo a família Bolsonaro. Tenta viabilizar seu nome com o apoio do presidente.

André Clemente – O secretário de Economia está se movimentando junto as lideranças comunitárias na tentativa de emplacar seu nome. Tem o apoio do governador Ibaneis Rocha. Nunca foi testado nas urnas.

Gilvan Máximo – Empresário e atual Secretário de Ciência e Tecnologia do DF. Em 2014, se candidatou a deputado federal pelo estado de Goiás e obteve 58.466 votos, mas não se elegeu. Tem se empenhado em viabilizar seu nome, porém não tem base política no DF.

Rogério Rosso (PSD) – Foi candidato na última eleição ao GDF. Tem base política e potencial de votos. Nos últimos anos tem atuado na iniciativa privada e longe dos holofotes.

Paulo Fernando – O advogado e professor ligado ao segmento católico, sempre teve boa votação a Câmara dos Deputados.  Na última disputa em 2018, obteve 31.183 votos.

Professor Israel (PV) – Tem eleitorado cativo, principalmente entre os jovens e universitários. Dificilmente repetirá os votos da última eleição.

Alberto Fraga (DEM) – Ainda está se recuperando da morte da sua esposa Mirta por complicações da Covid-19. O coronel da reserva até recentemente era forte aliado do presidente, tendo rompido relações após a morte de sua esposa. Foi candidato ao GDF na última eleição, não obtendo os votos necessários para o segundo turno. Segundo analistas políticos, uma das oito vaga é dada como certa para Fraga.

Luís Miranda (DEM) – Apesar dos holofotes da mídia durante a CPI da Pandemia, dificilmente Miranda conseguirá repetir o mesmo número de votos conquistados em 2018. Carece de base política no DF.

Júlio César (Republicanos) – O deputado federal é o candidato oficial da Igreja Universal. É visto frequentemente em outras denominações religiosas no sentido de ampliar o número de votos da última eleição. É forte candidato a reeleição. Oportunamente deve se manifestar sobre apoios majoritários no Distrito Federal.

Rafael Prudente (MDB) – Muitos acreditam que o atual presidente da Câmara Legislativa do DF deve tentar mesmo a reeleição. No entanto, está trabalhando para viabilizar seu nome na acirrada disputa a Câmara Federal. Nos últimos meses tem ampliado o número de apoiadores, inclusive entre os servidores públicos.

Celina Leão (PP) – Tem apoio dos grandes caciques políticos do seu partido, o PP. É constantemente lembrada para ser vice na chapa de Ibaneis. Deverá mesmo entrar na disputa a uma vaga na Câmara Federal. Tem boa base política.

Érika Kokay (PT) – É forte candidata a reeleição pelo PT. Com o crescimento da candidatura do Lula à Presidência da República e o provável nome de Geraldo Magela ao Buriti, tem como concorrente direto dentro do seu partido, o ex-governador Agnelo Queiroz.

Bia Kicis (PSL) – Muitos acham que uma das oito vagas é da atual deputada. Tem forte penetração no bolsonarismo raiz. Tem o apoio do presidente Bolsonaro.

Laerte Bessa (PL) – Terá muitas dificuldades em ser eleito. Atualmente ocupa uma vaga na Câmara dos Deputados como suplente da ministra Flávia Arruda. A sua base eleitoral é a polícia civil do DF.

Como sempre falamos, na política tudo pode mudar de uma hora para outra como disse o saudoso Magalhães Pinto. “Política é como nuvem. Você olha ela está de um jeito. Olha de novo e já mudou”.

Com informações de Delmo Menezes/Agenda Capital

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