Um tema que despertou destaque na sessão ordinária da Câmara Legislativa foi o valor dos subsídios pagos pelo GDF às empresas de ônibus.
Reportagem publicada pelo portal Metrópoles aponta que, nos últimos cinco anos, o governo pagou R$ 2,5 bilhões de subsídios, de acordo com o deputado Delmasso (PRB).
Ao comentar o número, vários deputados distritais defenderam uma reformulação total do sistema de transporte e a realização de novas licitações.
O assunto foi levantado inicialmente pelo deputado Delmasso, que expressou indignação com o número. Segundo ele, este valor não inclui os valores das passagens pagas pelos usuários.
Para Delmasso, o dinheiro está sendo usado para financiar um sistema de transporte falido, enquanto poderia ser destinado à reforma e construção de escolas e hospitais.
“A população paga uma passagem cara e o governo ainda tem que pagar subsídios. É um sistema falido”, lamentou, registrando que cidades como o Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e Maringá (PR) contam com sistemas integrados e eficientes.
Na opinião do parlamentar, é necessário “peitar os barões do transporte do DF e cobrar mudanças”. Ele também sugeriu que o governo siga a recomendação da CPI dos Transportes da última legislatura e refaça todas as licitações do sistema.
Já o deputado Agaciel Maia (PL) assinalou que o transporte público de Brasília é “como uma casa velha que não tem mais conserto”. Na opinião dele, o governo deveria derrubar o sistema todo e construir um novo modelo. “Não dá mais para remendar. Se gasta muito, se gasta mal e a população continua sofrendo com os ônibus”, acrescentou.
O deputado Leandro Grass (Rede) sugeriu uma discussão mais profunda sobre o tema, inclusive com a análise da possibilidade de criação de uma nova CPI dos Transportes.
De acordo com a deputada Arlete Sampaio (PT), tudo foi feito de maneira equivocada no sistema de transporte coletivo. “É preciso rever todo o sistema e fazer novas licitações. Tem que ter coragem para mexer neste vespeiro”, sugeriu.
Para o deputado Fábio Felix (PSOL), o número publicado de 2,5 bilhões pagos em subsídios é assustador e mostra que o sistema é muito caro e não consegue prestar um serviço efetivo para a população.
O deputado ressaltou que o transporte coletivo é todo privatizado, numa referência àqueles que defendem a privatização do Metrô.
Felix também destacou outros problemas: as empresas não cumprem o que está no contrato, falta transparência nos dados, não existem balancetes e dados sobre margens de lucros, explicações sobre o cálculo da tarifa técnica, e medições da utilização do passe livre ou das gratuidades das pessoas com deficiência. “A situação é grave e precisa de um grande choque de realidade”, finalizou.