RENATO RIELLA
Tem uma bola de neve crescendo em direção ao governador Agnelo Queiroz e ele, numa postura zen, está imóvel. Pensa que a ameaça pode passar pelo alto, sem atingi-lo. É uma aposta perigosa.
Trata-se da renda de R$ 7 milhões obtida com o jogo Santos x Flamengo, no novo Estádio Garrincha. Esse dinheiro foi administrado por uma dessas empresas que hoje exploram o futebol no Brasil e que propôs ao Santos (dono do mando do jogo), à Federação Brasiliense de Futebol e ao GDF organizar o espetáculo, ficando com a renda.
A empresa dona do jogo pagou ao GDF apenas R$ 4 mil de aluguel simbólico, alegando-se que era um jogo-teste para a Copa do Mundo. O Santos recebeu R$ 800 mil e outras áreas receberam parcelas menores.
Apurações diversas certamente serão feitas sobre este assunto e o governador Agnelo Queiroz precisa se prevenir. Na imprensa nacional, já saiu a especulação de que o ex-presidente da Federação do DF, Fábio Simão, está ligado a essa negociação. E assim por diante.
Ministério Público, Poder Legislativo e imprensa não vão abandonar facilmente este assunto, que desperta desconfiança na população, pois o governo teve grandes despesas com policiamento, trânsito, manutenção antes e depois do estádio, etc.
O tom de escândalo pode atingir também o presidente da Federação de Futebol do DF, Jozafá Dantas, que mesmo sendo advogado e jornalista, não está demonstrando sensibilidade diante do problema. Acorda, Jozafá!