Em mensagens trocadas com sua namorada, a advogada campista Mira Athayde, o “doleiro dos doleiros” Dario Messer diz que pagou propinas mensais ao procurador da República Januário Paludo(foto_, que integra a força-tarefa Lava Jato, informa o portal Uol hoje (30).
Pagava para ser protegido, não ser preso. Com isso, investigações a seu respeito caminhariam a passos de tartaruga no Paraná, ou como um homem de bengala, entrado em anos.
A conversa do doleiro e a namorada teria acontecido em agosto de 2018. A Polícia Federal do Rio de Janeiro descobriu, durante a operação Patrón, e pôs a bomba num relatório, agora em outubro.
A PF, nem toda ela sob Moro, diga-se de passagem, ainda esclarece que se trada de material “grave”. “E pede providências”, diz o Uol.
A denúncia já seguiu para a Procuradoria Geral da República. O Uol consultou a força-tarefa, antes de publicar, e o grupo da PGR em Curitiba preferiu “não se pronunciar”.
Messer, nas conversas interceptadas pela PF, fala de uma tal “propina dos meninos”. Que meninos? Sabe-se que a Lava Jato é integrada por rapazes, não meninos. Fala também o doleiro que uma testemunha contra ele se encontraria com o procurador Paludo, demonstrando também saber da agenda do membro da PGR.
E a namorada do doleiro interpõe: “Sendo que esse Paludo é destinatário de pelo menos parte da propina paga pelos meninos todo mês.”
Segundo a PF, diz o Uol, os “meninos” citados são Claudio Fernando Barbosa de Souza, o Tony, e Vinicius Claret Vieira Barreto, o Juca. Ambos trabalharam com Messer em operações de lavagem de dinheiro investigadas pela Lava Jato do Rio. Depois que foram presos, viraram delatores.
A força-tarefa da Lava Jato respondeu, depois da publicação: repudia suposições infundadas contra o procurador.