RENATO RIELLA
Fortalecido pelas manifestações políticas de ontem, o juiz federal Sérgio Moro mandou prender hoje o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato de Souza Duque, que havia sido solto antes, graças a habeas corpus do Supremo Tribunal Federal.
O suspense hoje no Brasil é saber se o ministro Teoria Zavascki, do STF, libertará mais uma vez o polêmico Duque, com novo habeas corpus, a ser pedido por seus advogados.
Duque é considerado peça-chave nas investigações, por ter ligações com nomes importantes do PT.
A nova ordem de prisão foi decretada porque o ex-diretor transferiu grande volume de recursos para Mônaco.
A força-tarefa da Lava Jato descobriu que Duque esvaziou contas secretas na Suíça mesmo depois de deflagrada a Lava Jato, em 17 de março de 2014.
Duque foi preso na casa dele, no Rio de Janeiro. O empresário paulista Adir Assad, investigado na CPI do Cachoeira, e Lucélio Góes, filho de Mário Góes, também foram detidos. As três prisões são preventivas.
A prisão preventiva não tem data para terminar, dependendo de decisão judicial. Segundo a Polícia Federal no Paraná, Renato Duque será transferido do Rio para Curitiba, às 17h, em um voo de carreira.
De acordo com o juiz Moro, há indícios de que Renato Duque mantém outras contas correntes nos Estados Unidos e em Hong Kong.
Na decisão, Sérgio Moro afirmou que a quantia apreendida em Mônaco, e não declarada ao fisco, é “incompatível” com seus rendimentos na Petrobras.
“Oportuno destacar que Renato Duque não declarou, à Receita Federal, qualquer valor mantido no exterior, que jamais admitiu perante o Juízo ou ao Supremo Tribunal Federal que teria contas no exterior, e ainda que o montante bloqueado é absolutamente incompatível com os rendimentos que recebia como ex-diretor da Petrobras”, disse o magistrado.