RENATO RIELLA
A Copa do Mundo chegou. Até 13 de julho,só haverá discussão política se for relacionada com este evento tão polêmico.
Nesse período, permanece o percentual de 35% a 37% de intenção de votos na candidata Dilma Rousseff, números levantados nas últimas pesquisas.
Nessa condição, somando-se os percentuais de Aécio Neves, de Eduardo Campos e dos candidatos pequenos, fica certo que haverá segundo turno na eleição, em outubro.
Dilma tem pouco mais de um mês para inverter a situação de risco. Ninguém pode prever, neste momento, como a Copa se comportará a favor ou contra ela.
O certo é que as CPIs da Petrobras estão congeladas. Este tema desgastante já queimou o que tinha de queimar.
Por algumas semanas, as preocupações inflacionárias, se aparecerem, estarão embaladas dentro dos protestos contra a Copa. Pode até ser que o povo atribua o aumento de preços à presença de 700.000 estrangeiros no Brasil.
Sobre os protestos, não se sabe se estes vão se estender até julho ou se morrerão com as primeiras vitórias da Seleção Brasileira.
Portanto, o melhor é a gente se desligar, à espera do jogo de amanhã, entre Brasil e Croácia, abrindo a Copa, no Itaquerão, em São Paulo.
Sobre isso, existe grande expectativa a respeito das condições gerais na capital paulista. Há pelo menos seis protestos marcados para as áreas que levam ao estádio. Os torcedores podem tomar alguns sustos antes do jogo.
O Metrô paulista continua sendo fonte de incertezas e as autoridades federais e estaduais não dão segurança sobre as condições de transporte no primeiro dia da Copa.
Dentro do estádio, a torcida deve se impressionar com alguns fatos marcantes. O primeiro deles é a presença do chamado Exoesqueleto, que não foi ainda suficientemente divulgada.
Trata-se de estrutura metálica, com desenvolvimento tecnológico de última geração, que permite a um paralítico levantar-se da cadeira de roda e andar.
Consta que o pontapé inicial do jogo será dado por um paraplégico. Esta pessoa vai entrar em campo numa cadeira de rodas e parará a dez metros da bola. Nesse momento, usando o Exoesqueleto, vai se levantar e caminhar em direção aos jogadores, dando o pontapé que inaugurará a Copa do Mundo.
Não há maiores detalhes sobre o show de abertura do evento, mas certamente o Brasil dará grande demonstração de competência nessa área, emocionando a torcida e o mundo.
No estádio, construído de forma precária, o risco é ocorrer uma grande vaia contra a presidente Dilma, se ela comparecer. A vaia dirigida ao presidente da Fifa, Joseph Blatter, é fatal, mesmo que ele tente se esconder ao máximo.
Finalmente, devemos imaginar a cena emocionante que será ver a torcida brasileira, em peso, cantando o Hino Nacional até o fim.
A abertura da Copa do Mundo deverá ser perigosamente linda, incertamente feliz, arriscadamente alegre.
Que Deus nos proteja e permaneça brasileiro mais uma vez.