RENATO RIELLA
Vai ter Copa, mesmo, de forma irreversível. Brasília é a cidade mais preparada, com maior capacidade de garantir a normalidade na chamada área física demarcada pela Fifa.
É claro que os protestos não desaparecerão. Certamente haverá manifestações, dessa vez acompanhadas de muito perto, perigosamente, por milhares de jornalistas estrangeiros.
Os transtornos ocorrerão em todo o Brasil, das mais diversas formas. Um fator de atrito será a venda de artigos diversos, de bebidas a bandeirinhas. Em cada cidade os governos agirão de forma diferenciada, mas quem radicalizar deverá gerar conflitos.
Com o Exército nas ruas, a Copa está assegurada. Já passamos por isso outras vezes e funcionou.
Tive a honra de passar quatro dias no Rio, na abertura do Pan, em 2007, e havia gente armada em cada esquina estratégica, neutralizando qualquer tentativa de confusão.
A partir de hoje estamos em clima de Copa. Se há ainda poucas bandeirinhas nas ruas, isso vai mudar aos poucos, quando a população se sentir mais segura.
Fator fundamental de sucesso é a primeira partida. Haverá euforia se o Brasil jogar muito bem contra a Croácia. Mas persiste a insegurança sobre o estádio paulista, o Itaquerão, e sobre as condições gerais da grande cidade para receber um jogo de abertura da Copa do Mundo.
De qualquer modo, vai ter Copa – e seja o que Deus quiser.
Em muitas capitais (são 12!), as deficiências ficarão muito claras. E grande parte da população vai perceber que não ganhou nada com a vinda da Copa do Mundo para o Brasil.
Muitas atividades econômicas passarão por crise nos meses de junho e julho, gerando desgaste para o governo da presidente Dilma Rousseff.
Tudo muda bastante se o Brasil for o campeão. Mas teremos pela frente desafios como Alemanha, Inglaterra, Espanha, Argentina e muitas outras.
Vamos rezar para que Deus não deixe de ser brasileiro.